A Gazprom disse, nesta terça-feira (10), ter sido notificada pela operadora de gás ucraniana GTS sobre a interrupção do serviço de transmissão de gás para o restante da Europa através da estação de Sokhranovka sob a alegação de um "motivo de força maior". Entretanto, tal motivo não foi apresentado à gigante de energia russa.
A GTS havia afirmado que em face às circunstâncias enfrentadas na Ucrânia e que por "motivos de força maior" seria impossível dar continuidade ao trânsito de gás através da estação de Sokhranovka e da estação de Novopskov, que estão sob controle russo, sugerindo que os volumes fossem transferidos para a estação de Sudzha.
"Para cumprir integralmente com as obrigações de trânsito com os parceiros europeus e de acordo com os termos do acordo, é possível transferir temporariamente a capacidade indisponível de Sokhranovka para o ponto físico de Sudzha no território controlado pela Ucrânia", disse a operadora.
A empresa russa confirmou que recebeu uma notificação da operadora GTS sobre sua intenção de interromper o trânsito de gás através de Sokhranovka mas, não identificou os tais sinais de "força maior" mencionados pelo lado ucraniano.
"A Gazprom diz que não recebeu nenhuma confirmação de força maior, [e] não vê nenhum obstáculo para a continuidade das operações normais", afirmou o porta-voz da Gazprom, Sergey Kupriyanov.
Além disso, em face à interrupção do serviço, na tentativa de remediar o fornecimento de gás, a Gazprom avaliou "ser tecnicamente impossível transferir os volumes de gás suspensos de Sokhranivka para a estação de Sudzha" e que Kiev está ciente desta impossibilidade.
"Ao mesmo tempo, recebemos uma notificação da National Joint Stock Company Naftogaz de que, se o lado russo continuar enviando gás para a estação de medição de gás Sokhranivka, os volumes [fluxo de gás] nos pontos de saída ucranianos serão reduzidos de acordo", afirmou Kupriyanov.
Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, a Gazprom disse repetidamente que manteria o fornecimento de gás para a Europa através da Ucrânia, de acordo com suas obrigações contratuais sob um acordo de trânsito de cinco anos assinado com Kiev, em dezembro de 2019. Em março, as entregas totais russas via Ucrânia foram estimadas em 110 milhões de metros cúbicos, de acordo com o contrato.