Panorama internacional

Reino Unido informará imigrantes ilegais nesta semana sobre processo de remoção para Ruanda

Algumas pessoas que buscam asilo no Reino Unido serão transferidas para Ruanda, a mais de 6,5 mil km de distância, segundo os novos planos do governo britânico.
Sputnik
O Reino Unido disse nesta terça-feira (10) que o primeiro grupo de imigrantes ilegais sem direito de permanecer no país será informado nesta semana sobre a intenção do governo de realocá-los para Ruanda sob seu novo plano de imigração.
O governo, que no mês passado estabeleceu planos para enviar requerentes de asilo para o país da África, disse esperar que os advogados que representam alguns dos notificados apresentem reivindicações para impedir a remoção.
Ainda assim, de acordo com informações publicadas pelo governo do Reino Unido, "os primeiros voos estão previstos para os próximos meses".

"Esta é apenas a primeira etapa do processo, e sabemos que levará tempo, pois alguns tentarão frustrar o processo e atrasar as remoções", disse a secretária do Interior, Priti Patel, em comunicado.

O polêmico programa faz parte de um conjunto de medidas mais duras do governo para reduzir o número de requerentes de asilo que chegam ao país em pequenos barcos por meio do canal da Mancha.
Nas últimas semanas, Priti Patel esteve no país africano para assinar um acordo de US$ 150 milhões (R$ 769,9 milhões) que envolve testar a política anti-imigração com homens solteiros que chegam ao Reino Unido.
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Em um discurso na última quinta-feira (5), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, confirmou o programa, dizendo que era necessário "salvar inúmeras vidas" e impedir que "traficantes de seres humanos" transformassem o oceano em um "cemitério aquático".
Ele disse que, sob o novo esquema, qualquer pessoa que chegue ao Reino Unido ilegalmente pode ser "realocada" para Ruanda.
Estatísticas oficiais apontam que no ano passado 28.526 indivíduos atravessaram o canal da Mancha em pequenas embarcações, ante 8.404 pessoas em 2020.
O novo programa foi amplamente criticado tanto por grupos humanitários, que chamaram os planos de cruéis, quanto por partidos da oposição, que dizem que será "impraticável, antiético, perdulário e ineficaz".
Migrantes que cruzaram o canal da Mancha desde a França desembarcam após serem acompanhados por embarcação de resgate britânica em Dover, Inglaterra, Reino Unido, 10 de setembro de 2021
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