No início desta semana, o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) e o Event Horizon Telescope (EHT) emitiram comunicados à imprensa convidando a mídia a participar de eventos que "anunciariam resultados inovadores da Colaboração do Event Horizon Telescope."
Em abril de 2019, o EHT divulgou a primeira imagem de um buraco negro já tirada, uma fotografia do buraco negro supermassivo que fica no coração de uma galáxia conhecida como Messier 87 (M87).
Mas o segundo alvo principal do EHT é o buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia, chamado Sagitário A*, a fotografia pela qual os astrônomos de todo o mundo esperavam ansiosamente.
Finalmente temos o primeiro olhar para o nosso buraco negro da Via Láctea, Sagitário A*. É o alvorecer de uma nova era da física dos buracos negros. Crédito: Colaboração EHT.
A maioria dos buracos negros é criada quando uma estrela massiva morre e colapsa sobre si mesma, embora os astrônomos ainda estejam tentando determinar como os buracos negros supermassivos se formam.
Objetos extremamente densos com um campo gravitacional poderoso, em que qualquer coisa que cruze seu limiar (o horizonte de eventos) é puxada para dentro dele para sempre, buracos negros são capazes de absorver até mesmo luz, e é por isso que são notoriamente difíceis de serem detectados, a menos que estejam interagindo com uma estrela próxima.
Ilustração da NASA que mostra a distância estimada de Sagitário A* de nosso Sistema Solar
© Foto / NASA
Para se ter uma ideia de escala do objeto em questão, seu anel tem aproximadamente o tamanho da órbita de Mercúrio em torno de nossa estrela, ou seja, cerca de 60 milhões de quilômetros de diâmetro.
Felizmente para nós, ele está a uma distância de cerca de 26.000 anos-luz, incapaz de nos criar perigo.