O chefe do Estado-Maior dos EUA, Mark Milley, disse na quarta-feira (11) que Washington está preparado para atacar o Afeganistão caso se sinta ameaçado.
"Mantemos vigilância [no Afeganistão], e não vou entrar em detalhes de como ou quais formas ou mecanismos, mas temos a capacidade de realizar operações de ataque se virmos uma ameaça emanando do solo no Afeganistão", garantiu o comandante militar do Pentágono perante o Comitê de Apropriações da Câmara dos Representantes dos EUA.
Milley assegurou que Washington continua comprometido com seu objetivo inicial de "garantir que o Afeganistão nunca mais se torne uma plataforma a partir da qual terroristas ataquem o território continental dos Estados Unidos" e completou dizendo que "eles não fazem isso desde 11 de setembro [referindo-se aos ataques terroristas de 2001 nos EUA], e estamos comprometidos em garantir que isso não aconteça novamente", disse o general.
No dia 31 de agosto de 2021, as tropas americanas haviam completado sua retirada do solo afegão após 20 anos. No contexto da retirada das tropas ocidentais, ainda em 15 de agosto, o Talibã (organização sob sanções da ONU) assumiu o controle da capital e encerrou sua ofensiva em todo o país. O presidente, Ashraf Ghani, acabou renunciando ao cargo e deixando o território às pressas.
Após a tomada de Cabul, o aeroporto da capital afegã foi palco de caos quando as forças americanas e internacionais tentaram evacuar seus cidadãos e afegãos vulneráveis que solicitavam asilo.
Perto do aeroporto, onde as pessoas se reuniram para tentar fugir do país, dezenas de pessoas morreram em debandadas. Muitos perderam a vida como resultado de inúmeros ataques e explosões, alguns deles atribuídos ao Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Além disso, alguns civis foram vítimas de um ataque de drones do Exército dos EUA, realizado contra um veículo que supostamente ameaçava o aeroporto de Cabul. A ação resultou na morte de dez civis, incluindo sete crianças.