Em entrevista ao portal SudRadio, o militar francês relatou os horrores que testemunhou durante uma viagem humanitária à Ucrânia.
Bocquet ficou a maior parte do tempo entregando equipamentos médicos e medicamentos à Ucrânia. Ele passou várias semanas ao lado do Batalhão Azov.
"Sim, eu sei. Vi coisas terríveis, vi crimes de guerra. E repito: todos os crimes que vi com meus próprios olhos foram cometidos pelos militares ucranianos, não pelos russos", disse Bocquet.
"Não falamos muito sobre o Batalhão Azov. Mas eles estão em todos os lugares, não só em Azovstal, não apenas nas bases. Eles estão em Kiev, mesmo em Lvov, em todos os lugares. Há milhares deles, não centenas", comentou.
O militar francês enfatizou que "eles têm distintivos neonazistas". Segundo Bocquet, "não é preciso uma investigação para entender que o Batalhão Azov usa uma velha insígnia das unidades da SS [Schutzstaffel, guarda especial com a função de proteger Adolf Hitler]".
Ao longo de sua entrevista, ele também relatou crimes contra prisioneiros de guerra russos. "Suas mãos estavam amarradas, e era evidente que eles tinham sido maltratados antes", detalhou.
De acordo com o relato, "militares russos eram baleados nos joelhos com um Kalashnikov", enquanto "oficiais foram baleados na cabeça, simplesmente porque eles tiveram a coragem de dizer a verdade sobre si mesmos", disse Adrien Bocquet.
Ele também falou sobre Bucha, dizendo que o que ocorre em Bucha "é o que está acontecendo na Ucrânia em geral, pelo menos nos lugares onde Azov está no comando".
O militar disse que flagrou jornalistas de televisão americanos perto do rio Bucha produzindo "uma notícia falsa sobre baixas civis e destruição supostamente causadas por ataques aéreos e bombardeios de artilharia da Força Aérea russa".