O rover chinês Zhurong descobriu evidências de que a água persistiu mais tempo em Marte do que se estimava até agora, revelou um estudo publicado na revista Science Advances.
Os primeiros dados de análise sugerem que a Bacia de Utopia Planitia, onde atualmente está o Zhurong, continha água em uma época em que muitos cientistas acreditavam que Marte já estava completamente seco e frio, conforme comunicado na quarta-feira (11) pela emissora CNN.
"O mais significativo e novo é que encontramos minerais hidratados no local de pouso [...] e esses minerais hidratados são [indicadores] de atividades aquáticas como águas [subterrâneas]", disse Yang Liu, autor principal do estudo e pesquisador do Laboratório-Chave Estatal de Meteorologia Espacial da Academia de Ciências da China.
O rover detectou sílica hidratada e sulfatos em rochas de cores vivas, onde as cores ajudam a mostrar sua composição. Estas rochas formam uma crosta dura chamada "duricrust", mais espessa do que as camadas provavelmente formadas pelo vapor de água atmosférico encontrado em outros locais de pouso em Marte, e que pode se formar quando uma quantidade substancial de água se evapora, indicam os cientistas na CNN.
Isso sugeriria que a Utopia Planitia teve um ciclo de água mais ativo dezenas de milhões de anos antes do que os cientistas esperavam. Liu crê que poderia haver "armazéns consideráveis" de água nos minerais hidratados que os futuros exploradores humanos poderiam usar durante as missões tripuladas a Marte.
"Um dos recursos mais importantes para os exploradores humanos é a água. Minerais hidratados, que contêm água estrutural e gelo no solo, podem ser utilizados como um importante recurso hídrico em Marte", resumiu Yang Liu.