A União Europeia (UE) está tentando reavivar as negociações sobre o acordo nuclear iraniano devido às sanções impostas aos insumos de energia russos e à relutância de Washington em retirar o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), do Irã, da lista de terroristas dos EUA.
"O Irã não pode competir com a Rússia nos mercados mundiais de petróleo e gás. A capacidade de produção e o volume de vendas podem aumentar ligeiramente no caso de assinatura de um novo acordo. No entanto, Teerã nunca pretendeu ser concorrente de Moscou no mercado de petróleo", disse Marandi.
A operação militar russa na Ucrânia e a crise energética emergente como consequência forçam a Europa a elaborar um novo acordo com o Irã sobre o JCPOA, disse Marandi.
"Uma das razões para a chamada busca precipitada dos europeus por um acordo com o Irã são os conflitos na Ucrânia e a necessidade do mercado mundial de petróleo e gás iranianos, a necessidade constante de fontes de energia iranianas", explicou.
O negociador disse ainda que os países europeus devem ter "uma relação mais racional e mais sensata com a Rússia" para superar a crise econômica.
As negociações estão em andamento em Viena para renovar o JCPOA e suspender as sanções de Washington contra Teerã impostas depois que os Estados Unidos se retiraram do acordo em 2018, então sob o governo do ex-presidente Donald Trump. A oitava rodada começou em 27 de dezembro de 2021.
Apesar de travadas e sem concessões, as negociações estão sendo retomadas pela União Europeia devido às pesadas sanções econômicas e energéticas impostas pelo bloco em relação à compra de petróleo e gás oriundos da Rússia.