Na sexta-feira (13), eclodiram confrontos entre a polícia e os participantes do cortejo fúnebre quando o corpo do jornalista deixou um hospital em Jerusalém.
De acordo com um vídeo que circulou na mídia e redes sociais israelenses, alguns participantes da procissão tentaram prender uma bandeira palestina ao caixão, o que a polícia tentou impedir.
Como decorre da filmagem, a polícia usou cassetetes de borracha contra os presentes no funeral. Em um momento, o caixão com o corpo do jornalista quase desabou.
Os Estados Unidos, a Organização das Nações Unidas (ONU), a União Europeia (UE)e muitos outros países condenaram as ações da polícia israelense durante a procissão.
"Uma unidade de investigação, nomeada em consulta com o comissário-geral Kobi Shabtai e liderada pela tenente-general Anna Ben Mordechai (que é uma comandante experiente e conhece o local onde ocorreu o funeral) realizará uma investigação completa sobre o que aconteceu no local. Esses resultados serão apresentados ao comissário e depois a mim. Infelizmente, houve ações violentas por parte dos participantes durante o funeral, o que exacerbou o situação do local", disse Bar-Lev em uma série de publicações no Twitter.
Shireen Abu Akleh, de 51 anos, foi baleada na cabeça na quarta-feira (11) enquanto cobria um ataque israelense a um campo palestino nos arredores do campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia.
A jornalista foi levada para um hospital em estado crítico, mas não resistiu.
Ali Samoudi, jornalista palestino e colega de Shireen Abu Akleh, também foi baleado nas costas e levado a um hospital em condições estáveis.
Ambos os jornalistas estavam usando coletes de imprensa e capacetes, conforme exigido dos repórteres que operam em zonas de guerra ativas.
Israel sugeriu que militantes palestinos armados supostamente dispararam contra os jornalistas.
No entanto, Samoudi, que estava com Abu Akleh no momento do tiroteio, disse mais tarde que não havia resistência militar palestina e que os militares israelenses atiraram nos membros das equipes de reportagem.
O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, disse no início desta semana que Tel Aviv ofereceu à Palestina para conduzir uma investigação conjunta, mas esta recusou.
A assessoria de imprensa das Forças de Defesa de Israel disse na manhã de sexta-feira (13) que foi impossível identificar, inequivocamente, a origem do tiroteio que assassinou a jornalista na Cisjordânia após uma investigação preliminar.