"Ficamos 80 dias sem sancionar a Rússia, e o preço que pagamos é enorme", disse o mandatário sérvio à emissora local Prva no domingo (15). A Sérvia não tem acesso ao mercado de capitais e não pode pagar seus empréstimos estrangeiros, o que afeta o bem-estar da população, afirmou ele.
"Eles dizem: 'Vucic está anunciando a introdução de sanções antirrussas'. Não, vamos lutar o máximo que pudermos. Sofremos danos enormes, mas não estamos à procura de 'um obrigado'", constatou o líder do país europeu.
A Sérvia está agindo desta maneira porque é "um país soberano e independente" que sabe bem quão "injustas e desnecessárias" as sanções são, acrescentou.
A questão das restrições contra Moscou também está ligada ao fornecimento de gás e petróleo russos, do qual a Sérvia é inteiramente dependente, disse Vucic, expressando a esperança de que Belgrado seja capaz de acordar um "bom preço" da energia nas próximas conversações entre as partes.
No mês passado, Aleksandar Vucic declarou que foi chantageado a impor restrições ao aliado do seu país, a Rússia, com Belgrado a ser ameaçada com sanções energéticas próprias se recusasse.
Os EUA, a União Europeia e diversos outros países impuseram inúmeras sanções a Moscou depois que a Rússia iniciou a operação especial militar na Ucrânia, em 24 de fevereiro. Os ativos estrangeiros do Banco Central da Rússia e de várias outras entidades e indivíduos foram congelados, cortando efetivamente o acesso do país aos mercados monetários dominados pelo dólar e euro. Grande número de empresas internacionais deixaram de fazer negócios com o país. Estes e outros passos fizeram da Rússia o país mais sancionado do mundo.