O governo de Joe Biden restabelecerá o Programa Cubano de Liberdade Condicional de Reunificação Familiar (CFRP, na sigla em inglês), que estava suspenso desde 2017. Criado há 15 anos, em 2007, o programa permite que parentes cubanos de cidadãos ou residentes americanos migrem para os EUA, onde podem procurar emprego enquanto aguardam legalização do visto.
Os EUA também prometeram aumentar a capacidade de processamento de solicitações de visto em Havana.
"Com essas medidas, pretendemos apoiar as aspirações de liberdade e maiores oportunidades econômicas dos cubanos para que possam levar uma vida exitosa em sua casa", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em comunicado.
O governo informou ainda que aumentará o limite de dinheiro que pode ser enviado a famílias em Cuba por parentes nos EUA, que hoje está em US$ 1.000 (R$ 5.060) por trimestre, e apoiará "remessas de doações para empreendedores cubanos, tanto com o objetivo de capacitar ainda mais as famílias a apoiarem umas às outras quanto para que os empresários expandam seus negócios".
"Incentivaremos o crescimento do setor privado cubano apoiando um maior acesso aos serviços de Internet, aplicativos e plataformas de comércio eletrônico dos EUA. Apoiaremos novos caminhos para pagamentos eletrônicos e atividades comerciais dos EUA com empresários cubanos independentes, inclusive por meio de maior acesso a microfinanças e treinamento", afirmou o órgão na nota.
Quanto a viagens de avião, o Departamento de Estado norte-americano anunciou o aumento da quantidade de voos entre os EUA e a ilha, autorizando o serviço a outras cidades além de Havana.
Depois do anúncio, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, publicou um posicionamento do governo do país sobre a decisão.
O anúncio do governo dos EUA é um passo limitado na direção certa. A decisão não modifica o bloqueio, a inclusão fraudulenta na lista de países patrocinadores do terrorismo nem a maioria das medidas coercitivas de pressão máxima de [Donald] Trump que ainda afetam o povo cubano.
Cuba convive com embargos por parte dos Estados Unidos desde 1962, três anos após a Revolução Cubana de 1959.
Devido aos bloqueios dos EUA, a ilha é o sétimo país mais sancionado do mundo, com 208 restrições vigentes atualmente. No ranking, Cuba fica atrás de Rússia, disparada em primeiro lugar com 10.365 sanções, Irã (3.616), Síria (2.608), Coreia do Norte (2.077), Venezuela (651) e Mianmar (510). O levantamento é da plataforma Castellum.ai, serviço de rastreamento de restrições econômicas no mundo.