A Hungria deve receber uma grande compensação econômica da União Europeia (UE) para poder apoiar o embargo ao petróleo da Rússia, sugeriu na segunda-feira (16) Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores húngaro.
"A Comissão Europeia causou um problema com uma proposta, então é uma expectativa legítima da Hungria [...] que a UE deve oferecer uma solução: financiar os investimentos e compensar [...] o [resultante] aumento dos preços, o que requer uma modernização total da estrutura energética da Hungria em uma magnitude de 15-18 bilhões de euros [R$ 79,56 bilhões-R$ 95,47 bilhões]", estimou, citado pela agência britânica Reuters.
Josep Borrell, chefe das Relações Exteriores da UE, questionou esses números, sublinhando que são muito mais altos que os anunciados por Szijjarto na reunião ministerial de Bruxelas do mesmo dia.
Szijjarto propôs ainda isentar do embargo o fornecimento de petróleo através de oleodutos.
Assim, a UE não conseguiu novamente chegar a um consenso, indicou Borrell, reconhecendo que a Hungria expôs argumentos econômicos, e não políticos, para não impor uma proibição de petróleo da Rússia.
A Hungria, a Eslováquia e a República Tcheca têm expressado preocupações com a imposição de um embargo ao petróleo russo, referindo que estão demasiado dependentes desse fornecimento. Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, em particular, afirmou que a medida seria equivalente a uma "bomba atômica" na economia do país.
As sanções da UE são impostas por consenso, ou seja, é necessário que todos os Estados-membros concordem com elas para que avancem.