O suposto golpe frustrado ocorreu na noite entre 11 e 12 de maio, informou a junta que assumiu o poder em um golpe em agosto de 2020, de acordo com um comunicado publicado pela Reuters.
O documento informa que "um inquérito foi aberto" e "pessoas detidas" enfrentarão a justiça.
"O aumento da segurança, incluindo verificações nos postos de fronteira e nos pontos de entrada na capital Bamaco, foi implementado como medida para identificar cúmplices", conclui a nota.
A acusação contra os ocidentais marca um novo ponto baixo entre o Mali e seus antigos "aliados" internacionais, que contribuíram na guerra que o país africano travou contra o terrorismo.
Entre acusações e atritos, a aliança ocidental coordenada pela França está se retirando em meio a uma briga política com a junta militar que governa o Mali.
Em fevereiro deste ano, a França, o Canadá e seus aliados na Força-Tarefa Takuba anunciaram a retirada de suas tropas do Mali, após nove anos de ocupação, devido a "desacordos com as autoridades de transição do país".
Na ocasião, o governo do Mali afirmou que a ação deve ocorrer "sem demora" e sob o controle das autoridades malianas.
Além disso, a junta militar do país afirmou que as ações de Paris tornaram mais fácil a atividade terrorista na região.
Em 28 de abril, outro episódio deflagrou o acirramento de tensões. Autoridades do Mali acusaram o Exército francês de espionagem e frequente violação do espaço aéreo.
Soldados franceses da operação Barkhane chegando de Gao, Mali, desembarcaram de um avião de carga C130 da Força Aérea dos EUA em Niamey, base do Níger, antes de serem transferidos de volta para suas bases na França, 9 de junho de 2021
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Segundo Choguel Maiga, primeiro-ministro interino do país africano, citado pela Reuters, a chegada das tropas francesas em 2013 não só dividiu o país como permitiu que jihadistas ligados à Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) se reagrupassem e continuassem realizando ataques.
No último mês, o Mali acusou os franceses de esconder uma vala comum com corpos mutilados perto da base de Gossi.
A França se apressou em culpar os russos, versão que foi rejeitada pelo Exército maliano, segundo declarações de autoridades do país no último dia 26.
"As forças francesas são culpadas de subversão ao publicar imagens falsas montadas para acusar o Exército maliano de matar civis", disse o governo em comunicado.