Panorama internacional

Venezuela vai continuar sendo alvo de 'pressão máxima' dos EUA, diz mídia

Washington está disposto a suspender algumas restrições aplicadas a Caracas, mas não vai abandonar sua política baseada em sanções.
Sputnik
De acordo com declarações de autoridades norte-americanas a várias mídias, os Estados Unidos vão continuar exercendo "pressão máxima" sobre a Venezuela por meio de sanções, tal como fez o anterior presidente americano, embora as restrições possam ser aliviadas sob certas condições.
O governo Biden tem manifestado a disposição de reduzir algumas sanções a Caracas caso o país concorde em se reunir com líderes da oposição, mas a política geral de Washington deve permanecer a mesma, disseram autoridades não identificadas citadas pelo Miami Herald, McClatchy e Reuters nesta terça-feira (17).
"Queremos ser muito claros sobre este ponto: as sanções ao regime de Maduro permanecerão em vigor", disse um alto funcionário dos EUA familiarizado com o assunto. "Não estamos fazendo isso para reverter a campanha de pressão máxima de Trump. Nossa política, em geral, não mudou", afirmou.
O presidente Donald Trump iniciou diversas campanhas de "pressão máxima" contra vários países durante seu mandato, principalmente Irã e Venezuela, impondo pacotes de sanções destinados a isolar e paralisar suas economias. Biden, no entanto, pode relaxar as sanções a Caracas caso o governo de Nicolás Maduro concorde em se reunir com deputados da oposição na Cidade do México, disseram as autoridades.
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Se implementado, esse alívio de sanções incluiria uma licença para a gigante petrolífera Chevron iniciar negociações para futuros negócios na Venezuela, já que as empresas americanas estão atualmente impedidas de operar no país.
"É uma licença restrita que autoriza a Chevron a negociar os termos de suas potenciais atividades futuras na Venezuela – mas tudo isso depende de medidas positivas tomadas pelo regime de Maduro", disse um alto funcionário dos EUA, que completou dizendo que "seria necessária autorização posterior para a Chevron entrar em qualquer tipo de acordo."
De acordo com a Reuters, a vice-presidente venezuelana Delcy Rodriguez disse, na terça-feira (17), que seu governo espera que o alívio parcial das sanções acabe por "abrir o caminho para um levantamento total das restrições".
Um ex-alto funcionário venezuelano do setor da energia e parente da esposa de Maduro, Carlos Erik Malpica-Flores, também seria removido da lista negra de sanções dos EUA em caso de um acordo. Qualquer alívio adicional dependeria do resultado das negociações na Cidade do México, disse o alto funcionário, acrescentando que a oferta atual foi coordenada com figuras da oposição.
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"É muito importante ressaltar que isso foi feito em coordenação com o presidente interino, Juan Guaidó, para avançar nas negociações", disse o funcionário, referindo-se ao líder da oposição reconhecido como presidente legítimo da Venezuela pelos EUA e vários aliados. "Isso é algo que eles pensaram que seria útil para que as negociações avancem."
O Departamento de Estado dos EUA reiterou o apoio de Washington a Guaidó no início deste mês, dizendo que continua comprometido com a "restauração pacífica da democracia" na Venezuela, ao mesmo tempo que considera o líder da oposição o "presidente interino" do país.
As discussões sobre a flexibilização das sanções ocorrem depois que uma delegação dos EUA se reuniu com em Caracas em março, onde negociaram com sucesso a libertação de dois detidos americanos. Autoridades dos EUA reconheceram na ocasião que o petróleo também foi discutido, embora a então secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, tenha negado mais tarde que Washington estivesse considerando um acordo de energia com a Venezuela. O governo busca alternativas para o petróleo russo depois que as exportações foram efetivamente cortadas por pesadas sanções em resposta à sua operação militar especial à Ucrânia, em fevereiro.
Embora a nação latino-americana detenha algumas das maiores reservas de petróleo do mundo, sua produção atual fica em torno de apenas 600.000 barris por dia e é fortemente limitada pela falta de investimento estrangeiro, em parte, graças às sanções dos EUA. Um possível acordo com a Chevron, então, pode ser atraente para o governo Maduro, em um país que tem sofrido uma terrível crise econômica que fez com que grande número de residentes deixasse o país em busca de trabalho.
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