A área enigmática de rocha, que está localizada quase diretamente abaixo das ilhas do Havaí, é uma das várias zonas de velocidade ultrabaixa – chamadas desta forma porque a rapidez das ondas do terremoto diminui assim que passam por essa área.
"De todas as características das profundezas da Terra, estas são as mais fascinantes e complexas. Agora temos a primeira evidência sólida para mostrar sua estrutura interna – é um verdadeiro marco na sismologia da terra profunda", afirmou Zhi Li, doutorando do Departamento de Ciências da Terra de Cambridge e autor principal do estudo.
As imagens de estruturas na fronteira entre núcleo e manto que os cientistas obtiveram usando ondas sísmicas de terremotos "foram difíceis de interpretar", por isso a equipe de pesquisa empregou "os mais recentes métodos de modelagem numérica para revelar estruturas em escala quilométrica" que se situam no referido limite.
"Estamos realmente forçando os limites da computação moderna de alto desempenho para simulações elastodinâmicas, aproveitando-se de simetrias de onda antes despercebidas ou não utilizadas", afirmou Kuangdai Leng, coautor do estudo que desenvolveu os referidos métodos na Universidade de Oxford.
Os resultados obtidos pela equipe os levaram a considerar que a zona contém muito mais ferro do que as rochas circundantes. Líder do projeto, doutor Sanne Cottaar do Departamento de Ciências da Terra de Cambridge destacou a possibilidade de que "este material rico em ferro é um remanescente de antigas rochas do início da história da Terra ou até mesmo que este ferro pode estar vazando do núcleo por meios desconhecidos".
O novo estudo também pode ajudar a explicar "o que se encontra nas profundezas e dá origem a cadeias vulcânicas como as ilhas do Havaí".