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Sucesso de aliança com Paraguai leva Brasil a ampliar coalizão sul-americana contra crime organizado

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, anunciou que o crime organizado na fronteira perdeu no ano passado R$ 2,5 bilhões no Brasil, incluindo a divisa entre o país e o Paraguai, por conta de operações policiais de apreensão de drogas.
Sputnik
Neste ano, até o mês de abril, foi apreendido o equivalente a R$ 776 milhões em insumos das organizações criminosas.
A cifra foi informada pelo oficial durante um evento em Brasília na manhã desta sexta-feira (20), no qual a Sputnik Brasil e alguns veículos estavam presentes.
No mês passado, o Brasil anunciou no Paraguai uma aliança internacional contra o crime organizado no Cone Sul.
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De acordo com a pasta, Torres viajou a Assunção para convidar o governo do Paraguai a ser o primeiro a integrar o projeto — que será ampliado a outros países.
"A 'Aliança Estratégica contra o Crime Organizado Transnacional' é uma iniciativa elaborada cuidadosamente pelo governo do Brasil que integrará os talentos das áreas de Segurança dos países do Cone Sul para intensificar e acelerar os duros golpes que estamos aplicando no crime organizado regionalmente", disse Torres, em Assunção, durante o anúncio da parceria entre os dois países.
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Ampliação da cooperação com mais países

Hoje (20) o ministro deu alguns detalhes sobre a parceria com o país vizinho.
De acordo com ele, o Brasil fará um convite a outros países da América do Sul para ingresso na aliança.

"Os nossos problemas muitas vezes são os problemas deles também. A criminalidade não respeita as fronteiras, não respeita governos, não respeita absolutamente nada", apontou.

Para isso, um encontro entre ministros da Justiça e da Segurança Pública de outros países está previsto para ocorrer nos próximos dias.
O objetivo, segundo Torres, é evitar o avanço da criminalidade na região.
"A América do Sul é o maior produtor de algumas drogas consumidas no mundo todo, a cocaína, a maconha. E o Brasil e os países fronteiriços estão envolvidos nessa logística do tráfico, muitas vezes até no consumo dessa droga. Tudo isso nos preocupa muito, porque tudo isso gera muita violência, violência urbana, violência nas grandes cidades, o tráfico de armas, o tráfico de drogas e, muitas vezes, o tráfico de pessoas. Tudo isso nos preocupa muito", enfatizou.
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Operação 'apreendeu 80% de toda a maconha' confiscada no mundo

Torres informou que, em apenas uma ação conjunta entre as polícias de Brasil e Paraguai, 80% da maconha apreendida no contexto global foram coletados pelos agentes em 2021 — um total de 5,4 mil toneladas.

"A Operação Nova Aliança, [desencadeada a partir da] parceria que nós temos com o Paraguai, no ano passado apreendeu 80% de toda a maconha apreendida no mundo", disse.

Com a aliança, acrescentou o ministro, houve um prejuízo evitado aos cofres públicos com a deflagração de operações policiais contra crimes de fronteira.
No ano passado, de acordo com as contas fornecidas por Torres, o rombo evitado ao erário foi de R$ 191 milhões. Até abril de 2022, as operações impediram danos no valor de R$ 66 milhões.

"Fazemos um trabalho de inteligência voltado para identificar essas organizações criminosas, levantar os bens, o patrimônio, como elas agem, como elas lavam dinheiro, para entender como funciona essa organização criminosa e prender estas pessoas, além de trazer esse dinheiro de volta para a repressão do crime organizado", elencou.

Reunião entre ministros de países sul-americanos

O ministro detalhou ainda suas intenções na reunião com seus colegas da América do Sul.
"[A ideia é] Oferecer para eles capacitação, oferecer um trabalho conjunto, trazer policiais desses países para dentro de um centro nosso de cooperação policial internacional, que funciona no Rio de Janeiro. É muito importante ter pessoas desses países, é muito importante nós estarmos juntos", afirmou.
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Ele reiterou que o crime organizado "não respeita fronteiras e que trabalha com gente de vários países". Logo, Torres e seus pares devem fazer o mesmo.

"Precisamos estar juntos, integrados, trabalhando no mesmo local, produzindo inteligência, produzindo conhecimento, trocando informações, facilitando as investigações, para que a gente possa fazer frente a tudo isso que tem acontecido aqui na América do Sul", analisou.

Torres informou que a intenção é fazer das reuniões um fórum permanente de discussão, contando com o apoio dos ministérios das Relações Exteriores dos países envolvidos.

"Cada um [ministro da área de segurança] vai vir com a sua experiência. Eu quero escutar cada ministro, ouvir e entender o que está acontecendo em cada país na questão da violência. Muitas vezes um país realmente está precisando conversar com o outro, está precisando de uma ajuda, está precisando que um país faça isso, faça aquilo para poder melhorar isso ou aquilo; é a primeira reunião. Eu vou mostrar a situação do Brasil", finalizou.

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