A expansão da OTAN pode piorar muito a situação na Europa e aumentar as chances de um conflito global, argumentou Diana Ohlbaum, assessora de política externa do Congresso dos EUA.
Ela afirmou em um artigo de sábado (22) no jornal The Hill que embora o desejo de expandir a OTAN tenha sido uma resposta natural às ações de Vladimir Putin, presidente da Rússia, isso não é do interesse dos EUA, dos países ocidentais ou de outros Estados.
Ohlbaum chamou a adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN de "míope e perigosa", sublinhando que eles só prolongam o conflito na Ucrânia, encorajam Vladimir Zelensky a aumentar as exigências para o reinício das conversações de paz, retiram incentivos a Putin para acabar com a operação especial na Ucrânia e aumentam a possibilidade do uso de armamentos nucleares táticos, o que poderia ocorrer a nível mundial.
Ohlbaum crê que a estratégia dos EUA na Ucrânia já está criando riscos desnecessários. Apesar do fato de que o fim do conflito deveria ser uma prioridade para Washington, atualmente ele faz exatamente o contrário, afirmou a assessora de política externa, ao enviar mais armas para a Ucrânia, fornecendo inteligência para atacar forças russas, e retórica agressiva.
"Lloyd Austin, secretário de Defesa, descreveu o objetivo dos EUA como tornando 'a Rússia fraca, de tal maneira que não seja capaz de fazer coisas como as que tem feito' na Ucrânia, enquanto os líderes democratas pedem uma 'vitória' militar direta", lembrou Ohlbaum.
Ohlbaum sugeriu que em vez de acrescentar mais dois membros à OTAN e alargar sua fronteira com a Rússia, os EUA e o mundo precisam de uma nova arquitetura de segurança, que seria integrada não só pela Europa, mas eventualmente também pela Rússia.
A alta funcionária propôs que a adesão da Ucrânia, Finlândia e Suécia à OTAN esteja na mesa de negociações com Moscou como parte de um esforço mais amplo para acabar com o conflito, e ao mesmo tempo tratar "das legítimas preocupações de segurança da Rússia".