Panorama internacional

Adesão da Ucrânia à União Europeia pode durar '15 ou 20 anos', crê alto responsável da França

É irrealista acreditar que a Ucrânia aderirá à União Europeia a curto e médio prazo, defende o secretário de Estado para Assuntos Europeus da França, que propôs um caminho alternativo para Kiev.
Sputnik
Clément Beaune, secretário de Estado para Assuntos Europeus da França, afirmou no domingo (22) que "temos que ser honestos" com a Ucrânia e reconhecer que sua adesão à União Europeia (UE) pode levar "15 ou 20 anos".
"Se dissermos que a Ucrânia vai aderir à UE em seis meses, um ano ou dois anos, estamos mentindo. Isto não é verdade, provavelmente serão [necessários] 15 ou 20 anos", estimou Beaune em declarações à Rádio J, sublinhando que "não quer que aos ucranianos sejam vendidas ilusões e mentiras".
O secretário de Estado sugeriu oferecer a Kiev "um projeto político em que eles possam entrar", lembrando a proposta de Emmanuel Macron, presidente da França, para a criação de uma "comunidade política europeia". Beaune pretende que esta nova comunidade seja "complementar à UE" e "possa oferecer um projeto político e concreto a países que não estão na UE e querem se aproximar de nós".
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"Não é uma porta fechada, pelo contrário, é uma porta aberta", disse o funcionário, que apontou que o projeto poderia trazer benefícios como "livre circulação na Europa" e a possibilidade de "se beneficiar em parte do orçamento europeu para a reconstrução e amanhã para a reativação" da Ucrânia.
O próprio Macron declarou em 9 de maio que o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia poderia levar "vários anos" ou mesmo "décadas", a menos que "reduzamos os padrões para entrar na União Europeia".
"Se dissermos aos ucranianos: 'Bem-vindos à UE', mas vocês não leram no contrato, na nota de rodapé, 'Olá, é daqui a 15 anos', acho que nos preparamos para as decepções de amanhã para toda uma geração do povo ucraniano", concluiu Clément Beaune.
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