EUA mantêm em segredo de seus aliados planos de reforço militar na Groenlândia, diz mídia

Os Estados Unidos alargaram os planos de reforço militar no Ártico e vão investir na base de Thule, no norte da Groenlândia, relata o jornal dinamarquês Berlingske, citando um relatório da autoridade de supervisão.
Sputnik
De acordo com o veículo, as partes não sigilosas do relatório sugerem que alguns bilhões de dólares serão gastos no Ártico, inclusive na base de Thule, construída na Groenlândia durante a Segunda Guerra Mundial.
A base tem uma infraestrutura obsoleta que os EUA estão interessados em modernizar, confirmou a Força Aérea americana ao jornal, sem mais detalhes.
No entanto, segundo o Berlingske, nem as autoridades da Groenlândia, nem o parlamento dinamarquês conhecem os termos concretos nos planos de Washington.
Pipaluk Lynge Rasmussen, presidente do Comitê da Política Externa e de Segurança no parlamento do país, não está a par das mudanças nos planos.
"Queremos participar quando se trata de nós. Isto é em nosso país, portanto queremos saber quando algo está ocorrendo", disse ela ao jornal.
A modernização da base de Thule também não está incluída na agenda do Comitê Parlamentar da Groenlândia ou do Comitê de Defesa.
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O parlamentar do partido governista IA, Aaja Chemnitz Larsen, que representa a ilha na Dinamarca, enfatizou a importância crucial de manter o governo da região autônoma informado. Em conformidade com os acordos entre os EUA, Groenlândia e Dinamarca, Washington deve fazer consultas e informar os governos da Dinamarca e Groenlândia sobre qualquer mudança significativa nas operações militares americanas na região.
Localizada a 1.210 km ao norte do Círculo Ártico e a 1.524 do Polo Norte, a base aérea de Thule é uma base mais a norte pertencente à Força Espacial dos EUA que abriga partes da rede global de alerta de mísseis e sensores de vigilância espacial.
Enquanto a Groenlândia permanece sendo parte autônoma do reino dinamarquês, apesar do crescente desejo de independência completa articulada pelos vários partidos, o tratado de 1951 dá aos EUA controle considerável sobre a maior ilha no mundo. No total, os EUA consideraram, ou mesmo fizeram, várias propostas para comprar a ilha da Dinamarca, a última das quais foi durante a era Trump. Foi categoricamente negado; isso até prejudicou as relações entre Washington e Copenhague e resultou em visitas canceladas.
As relações da Groenlândia com os EUA foram atingidas pelos ecos do passado militar da época da Guerra Fria. Nos últimos anos, o governo da ilha tem exortado repetidamente os EUA a limparem 30 instalações militares obsoletas, alegando riscos de vazamento radioativo e químico.
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