A Coreia do Norte tem estado testando um "dispositivo de detonação nuclear" como aparente preparativo para seu sétimo teste nuclear, segundo um alto responsável do governo de Seul, citado na quarta-feira (25) pela agência sul-coreana Yonhap.
Os testes foram realizados em um local longe do campo de testes nucleares de Punggye-ri, disse Kim Tae-hyo, vice-diretor do Departamento de Segurança Nacional sul-coreano.
Os primeiros seis testes nucleares norte-coreanos foram realizados nesse local, o último dos quais em setembro de 2017, com uma bomba de hidrogênio. Punggye-ri foi desmontado em 2018, mas, entretanto, Pyongyang o restaurou.
"Estão sendo detectados testes de operação de um dispositivo de detonação nuclear, que devem preparar o sétimo teste nuclear em Punggye-ri. A possibilidade de um teste nuclear iminente nos próximos um ou dois dias é baixa, mas depois disso há certamente a possibilidade", prevê o vice-diretor do Departamento de Segurança Nacional da Coreia do Sul.
"As autoridades norte-coreanas estão se aproximando iminentemente da fase final dos preparativos para um teste nuclear na escala e qualidade que querem", advertiu ele, acrescentando não poder prever quando o teste ocorreria e que a data pode ainda não ter sido decidida pelo próprio líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
A Coreia do Norte lançou mísseis por 17 vezes em 2022. A última vez ocorreu na manhã de quarta-feira (25), quando Joe Biden, presidente dos EUA, estava voltando a Washington de sua turnê pela Coreia do Sul e Japão, com Kim Tae-hyo confirmando que foi lançado um míssil balístico intercontinental Hwasong-17 e dois mísseis balísticos de curto alcance.
"O fato de eles terem começado as provocações [lançamentos de mísseis] no momento em que Joe Biden, presidente dos EUA, estava entrando no espaço aéreo de seu país, foi uma mensagem estratégica tanto para Seul quanto para Washington", assinalou o alto responsável sul-coreano, afirmando ainda que Pyongyang pretende "interferir na agenda política doméstica imediata na República da Coreia", em provável referência às eleições locais na próxima quarta-feira (1º).