O acidente que fez o submarino USS Connecticut dos EUA colidir com uma montanha subaquática no mar do Sul da China em 2 de outubro de 2021 era evitável, revelou um relatório da Frota do Pacífico norte-americana publicado na segunda-feira (23).
"Uma tomada de decisões prudente e a adesão aos procedimentos exigidos em qualquer uma dessas três áreas poderiam ter evitado a imobilização", determinou Christopher Cavanaugh, diretor da sede marítima da frota, no documento, escrito no final de outubro de 2021 e desclassificado em abril de 2022.
Como foi detalhado, o submarino estava operando "em uma área mal pesquisada em águas internacionais" no momento da colisão, e a equipe de revisão de navegação do barco "não conseguiu identificar e marcar corretamente pelo menos dez perigos cartografados para a navegação nas proximidades do solo" antes de tentar atravessar a área.
"A equipe de revisão de navegação, incluindo o CO [oficial comandante], avaliou incorretamente que Connecticut estaria operando em um ambiente de mar aberto. Eles deveriam ter reconhecido que o navio estaria em águas restritas com base na trilha planejada passando perto de vários perigos de navegação. Se o tivessem feito, teria sido destacado um grupo de pilotos modificado com observadores adicionais focados na segurança da navegação", apontou a investigação.
Os autores do relatório explicaram que o oficial do convés estava preocupado com outros perigos no momento da colisão, tais como águas mais rasas do que o esperado.
O relatório também revela que, após a colisão, a tripulação teve que combater problemas da água entrando e um incêndio elétrico provocado pela bomba d'água, que estava tentando remover a água. O incêndio foi rapidamente extinto após perto de 55.000 litros de água, ou uma grande piscina no quintal, terem sido bombeados para fora da embarcação.
O texto recomenda punições não judiciais para o comandante do submarino Cameron Aljilani; Patrick Cashin, oficial executivo e tenente-coronel; e também a vários marinheiros não nomeados que estavam de serviço no momento do acidente, além de "aconselhamento administrativo" para Cory Rogers, chefe técnico de sonar. Os três oficiais nomeados foram demitidos pela Marinha em novembro, de acordo com o USNI News.
"Nenhuma ação ou inação única causou este contratempo, mas ele era evitável. Resultou de um acúmulo de erros e omissões no planejamento da navegação, execução da equipe de vigilância e gestão de riscos", resumiu Cavanaugh.