O texto, segundo informações do portal Uol, deixa uma brecha para que, no futuro, projetos de cooperação possam ser suspensos com Moscou.
A resolução foi aprovada com o apoio de 88 países. Doze governos votaram contra, entre eles Cuba, China, Síria e Coreia do Norte. Outros 53 países, entre eles o Brasil, optaram pela abstenção, principalmente do Oriente Médio e da África.
Comentando os resultados da votação, o vice-representante permanente da Rússia no escritório das Nações Unidas em Genebra chamou a proposta ocidental de "politizada, unilateral e tendenciosa". Ele enfatizou que manipular a OMS "não é aceitável".
Chile, Argentina, México, Uruguai, Equador, Colômbia, Peru e Paraguai não seguiram a abstenção brasileira e deram apoio ao projeto. EUA, Japão, Canadá e países da Europa também votaram pela condenação.
A publicação ressalta que o esforço de isolamento da Rússia por parte das potências ocidentais vem perdendo força e que, depois de três meses de conflito, muitas delegações consideram que o "cancelamento diplomático" pode ter um efeito de exacerbar a tensão.
O governo da Rússia propôs uma resolução alternativa. Nela, pedia que todos os lados do conflito respeitassem civis e que ataques contra hospitais fossem evitados.
O projeto russo, que tinha o apoio da Síria, foi rejeitado pela maioria. O Brasil manteve sua abstenção, ao lado de 69 países.
Outros 15 governos votaram ao lado dos russos, como China, Irã e Cuba. Entretanto 66 votos contrários impediram a aprovação do texto.
Ao explicar seu voto, a delegação do Itamaraty deixou claro que optou por não apoiar nenhuma das duas resoluções por considerar que elas politizam o debate, aprofundam a polarização e são desnecessárias.
Segundo o governo, o Brasil reconhece os desafios de saúde na Ucrânia, mas deixa claro que não era necessário um documento específico na OMS. O governo também lembra que o mesmo gesto não foi usado com outros países envolvidos em confrontos.
O Itamaraty ainda criticou a falta de transparência por parte dos autores das resoluções e a ausência de um espaço de negociação. "Por isso não apoiamos nenhuma delas", declarou o Itamaraty.