De acordo com o Itamaraty, além da participação na cúpula, Bolsonaro e Biden podem realizar uma reunião bilateral durante o evento. A pasta não informou, entretanto, quando ela seria feita.
A decisão de Bolsonaro de participar foi confirmada pelo portal G1 e anunciada dois dias depois de o presidente brasileiro ter recebido o enviado especial para a Cúpula das Américas, Christopher Dodd, e o encarregado de negócios da embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Douglas Koneff.
Segundo informações do jornal O Globo, o principal responsável por convencer o presidente brasileiro foi o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele teria ligado de Davos, na Suíça, para externar sua preocupação sobre o distanciamento do Brasil do governo dos EUA.
Para Guedes, a relação entre os países deve ser mais estreita, visando frentes como a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O objetivo da Cúpula das Américas é reunir os líderes do continente para discutir o "fortalecimento da democracia" na região.
O governo norte-americano, que organiza a nona edição do encontro, ainda não convidou Nicarágua, Venezuela e Cuba. Como reação, México, Bolívia, Honduras e diversos países do Caribe anunciaram um boicote.
Enquanto isso, o governo Biden tenta demonstrar, com a realização da cúpula, que retomou o protagonismo em temas latino-americanos.
Na última terça-feira (24), Jair Bolsonaro reuniu-se com Christopher Dodd e conversou com ele por menos de uma hora, conforme publicou o jornal Folha de S.Paulo. O enviado propôs um possível encontro com o presidente norte-americano às margens do evento.
Bolsonaro tem um histórico de distanciamento de Biden. Aliado aberto do ex-presidente Donald Trump, o chefe de Estado do Brasil chegou a colocar em dúvida os resultados das eleições presidenciais dos EUA de 2018, que deram a vitória ao democrata.