As condições apresentadas por Vladimir Zelensky para a retomada das negociações entre Kiev e Moscou — assim como o seu encontro com o presidente russo, Vladimir Putin — "não são sérias", disse Sergei Lavrov nesta quinta-feira (26).
O ministro russo começou sua entrevista à RT Arabic falando sobre o recente pedido do presidente ucraniano para que as negociações fossem feitas apenas entre ele e Vladimir Putin.
Lavrov entende que "não faz sentido fazer isso" sob nenhuma circunstância. O principal diplomata russo também alertou repetidamente sobre as consequências do fornecimento de armas à Ucrânia capazes de atingir alvos dentro da Rússia.
"Nós alertamos o Ocidente, da maneira mais séria, que eles já estão, de fato, travando uma guerra por procuração com a Federação da Rússia. Com as mãos, corpos e cérebros de neonazistas ucranianos, e este será um passo sério em direção a uma escalada inaceitável", disse Lavrov.
Sobre a presença militar dos EUA na Síria, o ministro russo explicou que as tropas norte-americanas, que ocupam uma parte significativa da margem oriental do rio Eufrates, continuam criando abertamente um "quase Estado" na região, "incentivando diretamente o separatismo e usando uma parte da população curda do Iraque para esse fim".
Ele enfatizou que a Rússia continuará a fornecer apoio humanitário à Síria e comunicou que planeja visitar Bahrein e Arábia Saudita na próxima semana.
"Moscou aprecia a posição objetiva dos países árabes sobre a Ucrânia e sua recusa em aderir a sanções contra a Rússia, pois entendem a ameaça que o Ocidente representa para a Rússia em suas fronteiras", comentou Lavrov.
Versando sobre outras questões urgentes da agenda global, Lavrov falou de exercícios conjuntos recentemente conduzidos pelas forças aéreas da Rússia e da China. Ele disse que os exercícios visam fortalecer a segurança regional.
"Essa é uma continuação de nossa cooperação destinada a fortalecer a segurança nesta região, complementando as atividades militares regulares: exercícios, treinamento realizado para fins antiterroristas, fortalecimento da segurança de nossas fronteiras comuns no âmbito da Organização para Cooperação de Xangai [SCO, na sigla em inglês]", disse o ministro.