Líderes latino-americanos que participam da 21ª Cúpula da ALBA-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América — Tratado de Comércio dos Povos) celebraram a crescente unidade regional e condenaram os EUA por excluírem os governos de esquerda da próxima Cúpula das Américas em uma sessão que teve lugar na sexta-feira (27) em Havana.
Na quinta-feira (26), o coordenador do Departamento de Estado dos EUA para a Cúpula das Américas, Kevin O’Reilly, teria dito aos jornalistas que o governo venezuelano "não estava de maneira nenhuma convidado".
Quanto à questão da Nicarágua poder participar, segundo a Reuters, O’Reilly respondeu também que "não".
"Não há necessidade de chamá-la de cúpula das Américas", disse o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. "É a cúpula do império". "O império acha que ainda há lugar para este tipo de cúpula, onde o império convoca os países de seu quintal, submetendo-os à Doutrina Monroe", acrescentou Ortega. "Por que os convoca? Para lhes dar ordens".
Referindo-se à intenção declarada dos EUA de enfraquecer a Rússia, Ortega relacionou os esforços dos EUA de limitar o acesso à próxima Cúpula das Américas com uma política externa mais ampla dos EUA.
"Eles querem subjugar a Federação da Rússia. Eles querem subjugar a China [...] [ estão] pensando que o momento chegou para eles dominarem todo o planeta. E eles não perceberam que isso não é mais possível".
O líder venezuelano Nicolás Maduro, por sua vez enfatizou o "enorme poder" demonstrado pela crescente cooperação entre as nações da América Latina e do Caribe, que, segundo ele, é evidenciado pelo possível boicote à Cúpula das Américas, que deve decorrer em Los Angeles, EUA, no próximo mês de junho.