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Crise de abastecimento: segurança alimentar global é ameaçada por restrições à exportação de açúcar

A segurança alimentar está ameaçada agora que mais nações consideram limitar as exportações para conter a alta de preços dos mercados domésticos.
Sputnik
É provável que os preços do açúcar subam devido às restrições de exportação impostas por vários países produtores que buscam controlar a alta dos preços domésticos dos alimentos.
O impacto da pandemia de COVID-19, que prejudicou seriamente as cadeias de suprimentos globais, foi dramaticamente agravado pela crise na Ucrânia e pelas subsequentes sanções impostas à Rússia. O conflito entre os dois maiores exportadores de grãos interrompeu o abastecimento global.
Vários países passaram a limitar as exportações de outras commodities importantes, colocando a segurança alimentar global sob ameaça, ao mesmo tempo em que arriscam novos aumentos nos preços dos produtos agrícolas.
Na segunda-feira (23), o Cazaquistão iniciou uma proibição de seis meses às exportações de açúcar branco e de cana. A Índia está considerando impor restrições às exportações de açúcar pela primeira vez em seis anos para evitar um aumento nos preços domésticos. A proibição da Índia deve atingir cerca de 10 milhões de toneladas das exportações desta temporada.
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Na semana passada, a Reuters informou que as usinas de cana-de-açúcar no Brasil, o maior produtor e exportador mundial de açúcar, estavam cancelando contratos de exportação de açúcar e mudando a produção para etanol na tentativa de aproveitar os altos preços da energia. Os cancelamentos estimados podem equivaler a até 400 mil toneladas de açúcar bruto.
No início deste mês, o Paquistão impôs uma proibição total às exportações de açúcar, citando profundas preocupações com a inflação. Em março, a Rússia proibiu as exportações de açúcar até o final de agosto.

"Para o açúcar, é relativamente fácil para as usinas brasileiras mudar a produção para a produção de etanol se a economia fizer sentido, e isso pode impulsionar os mercados globais de açúcar", afirmou o fundador e diretor de pesquisas de mercado da Sitonia Consulting, Darin Friedrichs, ao South China Morning Post.

"Em particular, à medida que os preços dos alimentos e da energia estão subindo, há um foco maior no uso de alimentos para a produção de combustível", acrescentou.
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No início desta semana, a chefe do FMI, Kristalina Georgieva, alertou que a economia global está enfrentando "seu maior teste desde a Segunda Guerra Mundial". O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que os níveis globais de fome "estão em um novo recorde", com o número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar grave dobrando em apenas dois anos, de 135 milhões antes da pandemia para 276 milhões hoje.
No entanto, o diretor comercial da AB Sugar China, Dong Xiaoqiang, disse que não espera uma escassez global de açúcar este ano, apesar das crescentes preocupações, acrescentando que a Índia e a Tailândia, segundo maior produtor de açúcar do mundo e segundo maior exportador, respectivamente, devem aumentar sua produção de açúcar ainda este ano.
"O que aconteceu recentemente é mais uma demonstração de tensão emocional sobre o fornecimento de alimentos, incluindo açúcar", disse Dong à mídia chinesa. "A maioria dos países que anunciaram proibições de exportação são pequenos produtores de açúcar com um equilíbrio apertado entre oferta e demanda, e poucos contratos foram cancelados no Brasil", disse ele, acrescentando que os preços ainda devem subir.
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