Ciência e sociedade

Animais podem estar evoluindo 4 vezes mais rápido do que pensávamos, concluem cientistas

Pesquisadores estudaram cerca de 2,6 milhões de horas de dados de campo sobre a informação genética de animais, tratando-se do maior estudo do gênero já feito.
Sputnik
A evolução dos animais poderia estar acontecendo duas a quatro vezes mais rápido do que se pensava anteriormente, de acordo com um novo estudo realizado pela Universidade Nacional Australiana (ANU, na sigla em inglês).
Os cientistas analisaram os conjuntos de dados de longo prazo já existentes de informações genéticas de 19 diferentes grupos de animais selvagens de todo o mundo, chegando à conclusão de que, quanto mais diferenças genéticas houver dentro das espécies, mais rápida será a evolução, em um processo chamado pelos pesquisadores "combustível da evolução".
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A equipe desenvolveu métodos genéticos quantitativos para extrair os conjuntos de dados e descobriu que "a variação genética aditiva na aptidão relativa é frequentemente substancial e, em média, o dobro das estimativas anteriores".
"O método nos dá uma maneira de medir a velocidade potencial da evolução atual em resposta à seleção natural em todas as características de uma população. Isto é algo que não pudemos fazer com os métodos anteriores, então poder ver tanta mudança potencial foi uma surpresa para a equipe", disse em comunicado de quinta-feira (26) Timothee Bonnet, ecologista evolucionista da ANU.
A duração média de cada estudo de campo é de cerca de 30 anos, com o mais longo levando 63 anos e o mais curto terminando em 11 anos. A equipe examinou o processo evolutivo de animais como as aves maluridae da Austrália, os pardais-americanos do Canadá, as hienas-malhadas da Tanzânia e o veado-vermelho-europeu da Escócia, com os dados compondo cerca de 2,6 milhões de horas de duração.
Sendo este o primeiro estudo de evolução em escala tão grande, os pesquisadores afirmaram ainda precisar de mais evidências para concluir definitivamente que a evolução está acontecendo mais rapidamente do que Charles Darwin pensava.
"Esta pesquisa nos mostrou que a evolução não pode ser desvalorizada como um processo que permite às espécies persistir em resposta às mudanças ambientais. O que podemos dizer é que a evolução é um motor muito mais significativo do que pensávamos anteriormente na adaptabilidade das populações às mudanças ambientais atuais", sublinhou Bonnet.
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