Ciência e sociedade

Estudo determina se dinossauros eram de sangue quente ou sangue frio

Uma pesquisa analisou fósseis de 55 criaturas diferentes, incluindo dinossauros, e apontou, entre outras coisas, que o alto metabolismo não estava relacionado com uma maior possibilidade de sobreviver à extinção.
Sputnik
Os dinossauros eram animais de sangue quente, concluiu um estudo liderado por uma cientista da Universidade de Yale, Connecticut, EUA, após desenvolver um método único que determina as taxas de metabolismo com base em fósseis.
"Desenvolvemos um novo substituto que visa os derivados da respiração aeróbica molecular. A respiração aeróbica envolve converter oxigênio em energia química, uma cascata de processos que libera calor que eventualmente determina a habilidade de termorregulação de um animal", explicou na quarta-feira (25) a paleobióloga molecular Jasmina Wiemann em uma cadeia de posts no Twitter.
A equipe de pesquisadores estudou produtos residuais formados quando o oxigênio é inalado pelo corpo e reage com proteínas, açúcar e lipídios, sendo que a quantidade desses produtos pode indicar se um animal é de sangue frio ou sangue quente.
Para testar isso, os cientistas analisaram os ossos das coxas de 55 seres vivos diferentes, desde dinossauros a aves e lagartos. Como as moléculas não se dissolvem na água e são bem preservadas nos fósseis, os pesquisadores apenas tiveram que as analisar usando espectroscopia infravermelha e depois comparar os resultados com os dados de animais cujo metabolismo é bem estudado.
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Wiemann notou que os animais de sangue quente precisam de um maior metabolismo para se suster, e que a maioria dos dinossauros foi descoberta ser de sangue quente, apesar da existência de exceções, como os estegossauros, tricerátops ou hadrossauros.
Estas últimas espécies "reduziram secundariamente suas taxas de metabolismo para as encontradas nos ectotermos modernos (ou seja, lagartos), sugerindo comportamentos termorregulatórios como migração sazonal, banhos de sol ou preferências por climas quentes", segundo a cientista, cujo estudo foi publicado na revista Nature.
Isso mina a teoria de que muitos animais sobreviveram a extinções em massa devido a altos metabolismos, com os resultados sugerindo que os dinossauros com atividade metabólica elevada também foram extintos há 65 milhões de anos.
"No entanto, extinções em massa parecem jogar um papel importante na evolução de taxas de metabolismo e endotermia elevadas, tendo em conta que os ornithodira, répteis marinhos e mamíferos evoluíram a endotermia aparentemente após P/T [extinção do Permiano-Triássico]", observou a paleobióloga.
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