O governo israelense anunciou a quarta exploração de gás natural em suas águas territoriais mediterrâneas e espera chegar rapidamente a um acordo com a Europa para o exportar para o continente, cujos países estão procurando um fornecedor para substituir a Rússia, relata na segunda-feira (30) o jornal The Jerusalem Post.
Segundo Karin Elharrar, ministra de Energia de Israel, que anunciou o projeto, a licitação para a exploração de gás ao largo da costa mediterrânea de Israel deve começar no terceiro trimestre deste ano.
"Estabelecemos um grupo de trabalho de três vias com Israel, Europa e Egito. Assinaremos, espero que em um futuro próximo, um memorando de entendimento que criará o acordo-base para a exportação", disse ela, citada pela agência britânica Reuters.
"Junto com a preocupação real e sincera da Europa, há uma oportunidade real para Israel exportar gás natural para a Europa", continuou.
A iniciativa contradiz o plano anunciado em 15 de dezembro por Elharrar de interromper a busca de gás natural durante 2022, para colocar em foco a energia renovável. Lior Shilat, diretor-geral do Ministério de Energia israelense, explicou que "os eventos geopolíticos e a crise energética que começou como resultado disso mudaram completamente o setor energético".
"O Estado de Israel está avançando e ajudando a Europa a diversificar suas fontes de energia", explicou Elharrar.
"Os europeus e nós concordamos que o movimento estratégico mais importante para superar a crise é acelerar o desenvolvimento das energias renováveis", disse Shilat, acrescentando, no entanto, que "a necessidade global do gás natural no curto e médio prazo não pode ser ignorada".
A ministra da Energia sublinhou que "os europeus foram muito claros" de que se não encontrarem "fontes alternativas para o gás natural de que necessitam", alguns países "serão forçados a voltar a queimar carvão para fornecer energia".
A União Europeia impôs várias sanções a Moscou desde que começou a operação militar especial na Ucrânia, com o bloco impondo várias sanções e ameaçando embargar as importações da Rússia, levando também a cortes de energia russos e uma alta nos preços da energia no continente.