Saqqara, um sítio arqueológico no sul do Cairo, é uma vasta necrópole da antiga capital egípcia Memphis, Patrimônio Mundial da UNESCO que abriga mais de uma dúzia de pirâmides, cemitérios de animais e antigos mosteiros cristãos coptas.
De acordo com a Science Alert, o chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, Mostafa Waziri, afirmou a repórteres que entre as 150 estatuetas de bronze desenterradas nas últimas descobertas está a de Imhotep, que "revolucionou a arquitetura" no mundo antigo.
Imhotep, que viveu no terceiro milênio a.C., construiu a pirâmide de degraus de Djoser, uma das primeiras do Antigo Egito. Mais tarde, acabaria se tornando Deus da medicina.
Da esquerda para a direita, estatuetas representando as deusas egípcias Ísis e Nephthys e outros sarcófagos encontrados em um esconderijo que data do período tardio egípcio (por volta do século V a.C) são exibidos após descoberta por uma missão liderada pelo Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, no cemitério de Bubastian na necrópole de Saqqara, a sudoeste do Cairo, capital do Egito, em 30 de maio de 2022
© AFP 2023 / Khaled Desouki
A missão arqueológica, que já realizou quatro temporadas de escavações na zona, revelou 250 sarcófagos de madeira com múmias dentro, que remontam ao período tardio do século V a.C., e tinha como objetivo "encontrar o túmulo de Imhotep", revelou Waziri.
Ainda de acordo com o comunicado do Ministério do Turismo e Antiguidades, outras estatuetas desenterradas retratam vários deuses e deusas egípcios, dentre eles Bastet, Anúbis, Osíris, Amonmeen, Ísis, Nefertum e Hathor.
Waziri disse que, dentro de um dos sarcófagos, a equipe encontrou um papiro intocado e lacrado, já transferido para o laboratório do Museu Egípcio no centro do Cairo para restauração e posterior análise.
De nove metros de comprimento, o papiro, segundo pesquisadores, deve conter capítulos do Livro dos Mortos, uma coleção de textos funerários compostos de feitiços que os egípcios usavam para guiar os mortos pelo submundo.
As autoridades egípcias esperam inaugurar, próximo às pirâmides de Gizé, no Cairo, o Grande Museu Egípcio com os novos sarcófagos encontrados, na esperança de reviver o turismo do país. O setor foi atingido por sucessivos golpes, incluindo a revolução de 2011 e a pandemia de COVID-19 e agora a interrupção dos turistas russos e ucranianos, que representavam grande parte dos visitantes do país.
Entre outras descobertas em Saqqara, o Egito revelou em março cinco antigas tumbas faraônicas e, em janeiro do ano passado, anunciou a descoberta de mais de 50 sarcófagos de madeira que datam do Novo Reino, que terminou no século XI a.C.