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Fachin realiza evento com embaixadas e alerta sobre 'processo eleitoral que se avizinha' no Brasil

Discursando para diplomatas, ministro deu uma alfinetada em Bolsonaro e afirmou que a integridade das eleições brasileiras tem de ser "demonstrada não por frases desconexas, mas por relatórios fundamentados".
Sputnik
Na manhã desta terça-feira (31), o ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, se reuniu com embaixadores e chefes de missões diplomáticas para uma "sessão informativa para as embaixadas" sobre as eleições desse ano.
Em seu discurso de abertura, o ministro convidou a comunidade internacional a estar "alerta contra acusações levianas", citando o "vírus da desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro", de acordo com a revista Veja.
Segundo Fachin, esse "vírus" tem efeitos sobre a saúde da vida democrática nacional e, "de maneira infundada e perversa, procura incessantemente denunciar riscos inexistentes e falhas imaginárias", entretanto, em nenhum momento, a autoridade citou o presidente, Jair Bolsonaro (PL).
O chefe do Executivo é um dos principais propagadores de ataques contra a Justiça Eleitoral, tendo falado no último dia 19 disse que a verdadeira democracia acontece "com votos contados", conforme noticiado.
A contagem de votos só é possível através das eleições realizadas em cédulas de papel, e não com urnas eletrônicas, uma vez que o processo é digital.
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Fachin ainda disse aos diplomatas que "é fundamental transmitir aos governos estrangeiros as informações corretas e completas sobre o processo eleitoral que se avizinha", razão pela qual o evento foi promovido, relata a mídia.
"Este Tribunal Superior Eleitoral, e toda a Justiça Eleitoral, tem de trabalhar diuturnamente para desmentir boatos sobre o funcionamento do sistema eletrônico de votação e preservar a confiança que neele deposita a grande maioria da população. […] A integridade e fidedignidade das eleições brasileiras tem de ser demonstrada não por frases desconexas ou declarações vazias, mas por relatórios fundamentados de especialistas na matéria", afirmou.
No dia 17 de maio, o ministro anunciou que o pleito no Brasil deste ano poderia contar com mais de 100 observadores internacionais.
Especialistas apontam que a preocupação do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) nas eleições repousa sobre o fato de o governo vigente já ter dado indícios de que não aceitará uma possível derrota nas urnas para oposição.
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