"Aconselho ao governo grego que, em vez de fazer barulho, vá ao tribunal e contrate um advogado. Nós, como Ministério das Relações Exteriores, vamos ajudá-lo com o processo judicial. Declaro daqui que a tripulação do navio está em boas condições, tem telefones e se comunica com suas famílias, e não precisam se preocupar com eles", disse Khatibzadeh, segundo o canal ministerial no Telegram.
O porta-voz destacou ainda que, após a detenção do navio, Teerã tentou ativar todo o seu potencial diplomático, e o ministro das Relações Exteriores iraniano teve uma conversa telefônica com seu homólogo grego.
"Mas, infelizmente, o governo grego enviou uma ordem de um terceiro. Isso foi importante para eles. Eles devem levar em conta que os EUA não apoiam as relações entre o Irã e a Grécia. Nossos laços são respeitosos e devem continuar nesse contexto", acrescentou Khatibzadeh.
Em 27 de maio, o Ministério das Relações Exteriores da Grécia informou que dois navios gregos haviam sido detidos no golfo Pérsico pelos militares iranianos.
O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) disse que a detenção é uma resposta às autoridades gregas, que apreenderam o petroleiro Lana, que transportava petróleo iraniano há algumas semanas, e depois o entregaram aos Estados Unidos.
A Grécia considera a detenção de seus navios um ato de terrorismo e exige a liberação imediata dos navios, bem como de suas tripulações. A União Europeia (UE) indicou que está em contato com as autoridades gregas em relação ao navio detido naquele país.
De acordo com o jornal Katimerini, o petroleiro Pegasus, anteriormente denominado Lana, foi inicialmente detido por decisão do Gabinete de Combate à Lavagem de Dinheiro, no âmbito da aplicação das sanções impostas pela UE e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) às embarcações que representam os interesses russos.
O petroleiro deveria pertencer ao banco russo Promsviazbank. No entanto, mais tarde descobriu-se que o navio havia mudado de proprietário antes de chegar ao porto grego. As autoridades cancelaram a decisão de detenção, mas o navio permaneceu no cais de Karistos.
O petroleiro, desde o verão de 2021, já estava na lista "negra" dos EUA por transportar petróleo iraniano, segundo o jornal.
O Departamento de Justiça dos EUA, citando um acordo bilateral de assistência jurídica entre Washington e Atenas, exigiu em 20 de abril que a carga fosse removida, alegando que o produto de sua venda seria usado para financiar o terrorismo.