Cientistas afirmaram em um estudo publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets ter descoberto a razão de os planetas Urano e Netuno terem tonalidades de azul ligeiramente diferentes.
A diferença se resume essencialmente a uma névoa. Ambos os planetas têm uma camada de névoa grossa e concentrada em suas atmosferas gasosas, mas esta camada é mais persistente em Urano, "branqueando" sua aparência vista do espaço e dando-lhe uma aparência de ciano mais brilhante.
Em Netuno, tempestades violentas agitam mais sua atmosfera, fazendo com que sua camada nebulosa se condense em tempestades de metano líquidas, limpando a névoa à medida que ela cai em direção ao planeta. Já o Urano mais calmo, que aparece plano, não tem tal dinâmica. Sem essa camada de névoa, ambos os planetas teriam um azul profundo causado por nuvens de gelo de metano e sulfeto de hidrogênio, de acordo com os autores da pesquisa.
16 de novembro 2021, 21:18
Os cientistas explicaram que determinaram isso ao observar ambos os planetas usando múltiplos comprimentos de onda de luz através do Observatório Gemini no Havaí, EUA.
"Este é o primeiro modelo a se ajustar simultaneamente às observações da luz solar refletida dos comprimentos de ondas ultravioletas a quase infravermelhos. É também o primeiro a explicar a diferença de cor visível entre Urano e Netuno", resumiu Patrick Irwin, professor de Física Planetária da Universidade de Oxford, Inglaterra, Reino Unido, e autor principal do estudo, à agência espacial norte-americana NASA, citado na terça-feira (31).
Devido à grande distância dos dois planetas gasosos da Terra, os mais distantes do Sistema Solar, até agora somente a sonda espacial Voyager 2 os visitou de perto, enquanto todos os outros estudos foram realizados de longe, da Terra ou na órbita da Terra. Urano e Netuno eram demasiado longínquos e escuros para serem vistos a olho nu do nosso planeta. Apenas a invenção dos telescópios tornou possível a descoberta deles nos séculos XVIII e XIX.