As informações constam em uma publicação do Jerusalem Post, na qual o instituto enfatizou que para que o governo iraniano seja capaz de produzir mísseis nucleares balísticos serão necessários mais dois anos de desenvolvimento e pesquisas.
De acordo com o Instituto para Ciência e Segurança Internacional, é importante frisar que isso não seria o mesmo que ter armas nucleares de pleno direito, que poderiam ser lançadas em um míssil balístico.
Entretanto isso não significa que o país represente um perigo menor. A partir dos atuais níveis de enriquecimento (estimados em 60%), acredita-se que o Irã tenha o "suficiente para criar um explosivo nuclear relativamente compacto".
Os cientistas militares David Albright e Sarah Burkhard, pesquisadores do ISIS, disseram que para a criação de uma bomba "crua" o cronograma do Irã está praticamente pronto.
Isso ocorre porque o país "tem urânio enriquecido a 60%, ou urânio altamente enriquecido (HEU), suficiente para fabricar um explosivo nuclear dentro de algumas semanas, a partir do uso de apenas algumas de suas cascatas de centrifugação avançadas".
A suposição dos cientistas de que a "bomba nuclear bruta" iraniana pode ser feita usando urânio enriquecido a 60% é teórica.
A discussão sobre armas nucleares desenvolvidas a partir de urânio nas últimas décadas se concentrou em um nível de enriquecimento de 90%.
O instituto defende que "tendo urânio altamente enriquecido (HEU) suficiente para fabricar um explosivo nuclear", o Irã pode fabricar uma bomba de cerca de 42 kg.
"Essa quantidade [enriquecimento de 60%] é suficiente para criar um explosivo nuclear relativamente compacto", disse Albright.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), 42 kg de urânio enriquecido a 60% é uma quantidade significativa, que a AIEA define como a "quantidade aproximada de material nuclear a partir da qual a possibilidade de fabricar um explosivo nuclear não pode ser excluída".
A Little Boy, bomba nuclear lançada sobre Hiroshima, misturou o nível mais alto de urânio enriquecido com algum urânio enriquecido a 50%.
Ainda que Teerã alcance o nível de 90% de enriquecimento, os especialistas israelenses em armas nucleares disseram que o país precisaria de mais dois anos para aperfeiçoar métodos de detonação, criação de ogivas e outras questões até chegar ao desenvolvimento da arma.
Além disso, ele disse que os dispositivos enriquecidos a 60% exigem uma quantidade maior de explosivos para iniciar o processo de detonação.