Panorama internacional

Projeto 'ecologicamente destrutivo' para perfurar gás é aprovado às pressas por 2 países da UE

Países Baixos e Alemanha, dois países da União Europeia (UE), devem perfurar conjuntamente um novo campo de gás no mar do Norte, disse o governo holandês nesta quarta-feira (1º).
Sputnik
Embora Alemanha e Países Baixos estejam entre os países críticos ao governo de Jair Bolsonaro em razão do desmatamento no Brasil, ambos assinaram um termo de comprometimento para perfurar uma região ecologicamente protegida.
O governo holandês disse que várias medidas serão tomadas para proteger o meio ambiente, incluindo afastar a perfuração de um projeto de ostras e corais na área.
Além disso, não será permitido descarregar fluido de perfuração no mar e será obrigatório bombear a água liberada durante a produção de gás através de um filtro. Essas medidas, no entanto, foram duramente condenadas em anos anteriores por grupos ambientalistas.
Segundo a revista Der Spiegel, muitos sustentam que a estratégia de contrapartida ambiental é insuficiente para o tamanho do projeto e suas consequências sobre a região.
Panorama internacional
Quase 6 milhões de famílias no Reino Unido podem ficar sem energia no inverno, diz jornal
A Alemanha, por exemplo, há menos de um ano decidiu não emitir licenças para a mesma perfuração perto das ilhas ecologicamente sensíveis de Schiermonnikoog e Borkum. Grupos ambientalistas dos Países Baixos também têm preocupações.
A decisão conjunta é tomada apenas um dia depois de a Rússia cortar o fornecimento de gás ao governo holandês.
Hans Vijlbrief, secretário de Estado para as Indústrias Extrativas do país, "emitiu hoje [1º] licenças para a parte holandesa", disse em comunicado, acrescentando que "está em andamento um procedimento acelerado para as licenças necessárias" na Alemanha.
"O gabinete apoia a extração de gás no mar do Norte para, por exemplo, ter gás suficiente para aquecer nossas casas", disse o Ministério da Economia e Clima.
O controverso plano de perfuração de gás a 19 km da costa na fronteira dos Países Baixos com a Alemanha não é novo, mas assumiu uma urgência desde que a Gazprom, da Rússia, anunciou que estava interrompendo todo o fornecimento de gás aos Países Baixos.
Isso ocorreu depois que a empresa de energia holandesa GasTerra se recusou a pagar pela commodity em rublos, uma exigência aos países considerados hostis pelo Kremlin.
Os Países Baixos anunciaram em abril que pretendiam cortar o fornecimento de gás e petróleo russo até o fim do ano. O gás russo representou cerca de 15% de sua oferta total. A Alemanha, no entanto, é extremamente dependente da energia russa.
Panorama internacional
Entregas de gás russo para Shell, na Alemanha, e Orsted, na Dinamarca, serão suspensas em junho
Comentar