Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) e da Universidade de Haifa relataram sobre a inscrição, descoberta há um ano, em um comunicado de imprensa conjunto na terça-feira (31).
Pesquisadores explicaram que a história remonta a cerca de 1.800 anos quando um feitiço para impedir que ladrões saqueassem sepulturas foi escrito em grego irregular usando tinta escarlate em um túmulo na necrópole de uma pessoa chamada Yaakov HaGer – "Jacó, o Prosélito", ou seja, convertido ao judaísmo.
Os arqueólogos apontam que, embora a necrópole de Beit She'arim tenha sido meticulosamente estudada, a catacumba em que o convertido foi enterrado não era conhecida até 2021.
A inscrição do convertido dizia: "Jacó, o Prosélito, promete amaldiçoar qualquer um que abrir este túmulo, para que ninguém o abra. Ele tinha 60 anos."
Uma lápide de 1.800 anos com mensagem de Jacó, o Prosélito, é descoberta em Beit She'arim
© Foto / Yevgeny Ostrovsky/Israel Antiquities Authority
Alguns pesquisadores sugerem que o texto foi escrito pelo próprio convertido.
Jonathan Price, professor da Universidade de Tel Aviv que decifrou a inscrição, disse ao jornal Times of Israel ter certeza de que Jacó, o Prosélito, "preparou sua lápide antes de morrer". "Não podemos saber se ele escreveu ou não", embora a forma das letras seja "muito boa em relação a outras inscrições improvisadas", ressaltou Price.
Price detalhou ainda que a inscrição foi composta em grego "anormal", acrescentando "que, talvez, era assim que Jacó falava". "Quem sabe de onde ele [Jacó] veio?", indagou o professor, apontando que Beit She'arim é "conhecida por ser um cemitério internacional para judeus de todo o Oriente".