"A Itália deve reorientar seus esforços para alcançar uma solução negociada. Demos nossa contribuição na forma de três suprimentos de armas, agora nos parece que nossa contribuição de natureza diplomática seria mais valiosa", disse Conte à agência Ansa.
O líder do partido Movimento 5 Estrelas ressaltou que "não apenas as partes em conflito, mas todos devem ser obrigados a continuar na mesa de negociações até que seja assinado um acordo sobre a cessação das hostilidades, a retirada das tropas russas e uma solução digna".
Conte disse ainda que as sanções antirrussas e o aumento do orçamento militar italiano devido à situação na Ucrânia têm um sério impacto negativo na situação econômica do país. Segundo o ex-primeiro-ministro, ele e seus apoiadores são contra a ajuda militar que não se enquadra na lógica da defesa.
"Ao discutir com [o primeiro-ministro Mario] Draghi o aumento dos gastos militares, disse-lhe que se vislumbra uma situação econômica dramática com perspectiva de uma grave recessão [...] 12% dos trabalhadores já recebem um salário miserável. A classe média continua a ficar mais pobre", disse.
Ao criticar as restrições econômicas a Moscou, o ex-primeiro-ministro afirmou que "devemos parar de acreditar que estamos infligindo uma derrota à Rússia impondo sanções".
Em nome do Movimento 5 Estrelas, Conte já se manifestou em várias ocasiões contra a participação da União Europeia na corrida armamentista relacionada à crise ucraniana e contra o fornecimento de armas cada vez mais pesadas a Kiev, alertando para uma escalada do conflito.