Panorama internacional

Pela 1ª vez, Coreia do Norte preside conferência da ONU e responde a críticas por testes de mísseis

Governo norte-coreano se posiciona ao tomar posse de presidência rotativa da Conferência das Nações Unidas sobre Desarmamento e diz que nenhum país pode interferir na estratégia de defesa do outro. Ao mesmo tempo, declara que a "guerra iniciada com os EUA em 1950 não acabou".
Sputnik
Após assumir a presidência, a Coreia do Norte foi criticada por diversos países ocidentais presentes no evento devido aos seus testes de mísseis balísticos. Pyongyang respondeu duramente declarando que "nenhum Estado tem o direito de criticar, intervir ou interferir na política de defesa nacional [de outros]".
De acordo com o comunicado oficial da agência, a primeira sessão plenária da conferência realizada esta quinta-feira (2) em Genebra, na Suíça, foi utilizada por alguns representantes nacionais para salientar que a participação norte-coreana "não deve ser interpretada como um silêncio positivo ou reconhecimento das ações".
Em nome de um grupo de países, a Austrália expressou "profunda preocupação" com a "série sem precedentes de testes de mísseis" de Pyongyang e seu contínuo aprimoramento de suas armas de destruição em massa e capacidades de mísseis balísticos, citando relatos sobre sua suposta preparação de um sétimo teste nuclear.
O grupo também condenou a Coreia do Norte por sua "clara violação das resoluções do Conselho de Segurança", acrescentando que tais testes "constituem uma ameaça à paz e segurança internacionais e visam minar o regime de não proliferação".
O embaixador da Coreia do Norte nas Nações Unidas em Genebra, Han Tae-Song, preside a Conferência sobre Desarmamento durante uma sessão plenária da ONU em Genebra em 2 de junho de 2022
O embaixador norte-coreano na ONU, Han Tae-song – que presidiu a sessão –, disse que "não há razão para que a República Popular Democrática da Coreia [RPDC] não possa desenvolver sua capacidade de defesa nacional", acrescentando que não há necessidade para responder a tais comentários negativos, já que Pyongyang "deixou sua posição clara em várias ocasiões".
Além disso, Han afirmou que a "guerra" que começou na década de 1950 entre os EUA e seu país ainda não terminou. "A Coreia do Norte ainda está em guerra com os Estados Unidos", declarou.
"A RPDC sabe que o que está fazendo é certo e continuará fortalecendo sua defesa enquanto os EUA representarem uma ameaça. Não houve mudança na estratégia da RPDC e tudo estava bem e normal", concluiu Han.
Enquanto isso, outros países, como Nigéria, Rússia, China, Paquistão e Irã, parabenizaram o Estado norte-coreano por assumir a presidência da conferência e manifestaram o apoio de suas delegações à elaboração dos relatórios provisórios sobre o trabalho dos órgãos subsidiários.
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