Na semana passada o premiê israelense, Naftali Bennett, apresentou documentos alegando uma suposta fraude do Irã em relação à AIEA. Segundo as alegações, Teerã estaria tentando esconder o verdadeiro estágio de seu programa nuclear. Uma resolução deve ser apresentada à AIEA detalhando o assunto durante o próximo encontro da mesa de governadores da agência.
Contrário à resolução, Ulyanov usou as redes sociais nesta segunda-feira (6) para divulgar a posição oficial da Rússia sobre o assunto.
Está ficando cada vez mais claro que a intenção dos representantes do Ocidente nas negociações de Viena ao adotar uma resolução contra o Irã na atual sessão da mesa de governantes da AIEA é contraprodutiva para o Plano Conjunto de Ação Integral [JCPOA, na sigla em inglês]. A Rússia não se associará a tal resolução.
O então presidente do Irã, Hassan Rouhani, visita a usina nuclear de Bushehr, em 13 de janeiro de 2015 (foto de arquivo)
© AP Photo / Mohammad Berno
O JCPOA, também conhecido como acordo nuclear iraniano, foi assinado em 2015 por Rússia, China, Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e União Europeia (UE). O acordo foi abandonado de forma unilateral pelos Estados Unidos durante a gestão do ex-presidente Donald Trump, em 2018, quando Washington reimpôs sanções contra Teerã. À época, Trump criticava o acordo fechado durante a administração de seu antecessor e rival, o democrata Barack Obama.
Em resposta às sanções, o Irã gradualmente abandonou os termos do acordo, que incluíam limites para o enriquecimento de urânio no país. Desde o início do governo Joe Biden nos EUA, novas negociações ocorrem em Viena para tentar costurar um consenso entre Teerã e os países signatários — principalmente Washington. Ao longo desse período, a Casa Branca ampliou as sanções contra o Irã.