"As empresas que chegaram ao mercado local, tais como Hyundai Motor, Lotte, CJ e outras, não pensam sair de jeito nenhum. Ao contrário, elas gostariam de adquirir as empresas americanas ou japonesas que estão abandonando o mercado. Mas parece que olham um pouco para [a reação do] Ocidente", disse o presidente honorário.
"Nós também gostaríamos, junto com os parceiros russos, de comprar as companhias energéticas japonesas em Sacalina e em outros lugares para as transformar em empresas que produzem energia verde, como hidrogênio, por exemplo", acrescentou.
Os empresários sul-coreanos preveem mudanças políticas e têm "confiança que em algum momento a cooperação econômico-comercial se normalizará".
Na opinião dele, a crise na Ucrânia não durará muito. "A fronteira passará pelos territórios controlados agora pela Rússia e assim [a crise] terminará. Portanto, a situação atual do comércio com a Coreia do Sul não pode virar 'um novo normal' e, caso as questões sobre a forma de pagamento dos fornecimentos sejam resolvidas, o comércio bilateral vai crescer em qualquer caso", ressaltou Kim Yung-sik.
Segundo os dados da alfândega sul-coreana, a exportação de bens da Coreia do Sul para a Rússia em abril desceu em 71%, comparada com abril do ano passado. Em março a queda foi em 56%. Ao mesmo tempo, as importações sul-coreanas da Rússia, cuja base são as matérias-primas minerais, mantiveram o crescimento, aumentando em 44% em março e em 8% em abril. No total, nos primeiros quatro meses, o volume de negócios entre os dois países foi de US$ 9,3 bilhões (R$ 44,4 bilhões), o que foi superior em 24% do que o indicador do ano passado.
O volume de comércio bilateral entre a Rússia e a Coreia do Sul em 2021 foi recorde, ultrapassando US$ 27 bilhões (cerca de R$ 129 bilhões). As exportações sul-coreanas cresceram em 45%, enquanto as importações do país aumentaram em 63%, atingindo US$ 17 bilhões (R$ 81,2 bilhões), um nível máximo desde 2018.