Em um evento na Embaixada do Reino Unido no Brasil nesta terça-feira (7), o deputado do parlamento britânico, Marco Longhi, afirmou que o Reino Unido gostaria de ter um acordo de livre-comércio com o Brasil, mas pontuou que estabelecer uma parceria desse tipo deve demorar, segundo o jornal Valor Econômico.
"Estamos em um mundo mais imprevisível, vimos pandemias e guerras que ninguém esperava. O mundo todo está aceitando que há certas cadeias de suprimento em que não podemos confiar. Todos os países devem pensar em gerenciamento de riscos e diversificação em temas como alimentos e energia. O Reino Unido reconhece no Brasil um grande aliado para o futuro", disse Longhi citado pela mídia.
O político apontou o setor de energias renováveis como uma área de potencial parceria entre as duas nações, relata o jornal. Ele lembrou, no entanto, que apesar da transição energética para uma economia de baixo carbono, os combustíveis fósseis ainda serão importantes nos próximos anos. Para o deputado, os atuais preços do petróleo e do gás são um grande desafio.
"Uma mensagem que todos temos que aceitar é que também existe um papel para hidrocarbonetos no futuro. Sendo uma pessoa eleita, tenho que servir às pessoas que me elegeram e, neste momento, eles tão tendo que abastecer os carros deles. Hoje, o produto está 50% mais caro do que há um ano, muitas pessoas estão passando dificuldade", afirmou.
Ao mesmo tempo, a encarregada de negócios da embaixada britânica no Brasil, Melanie Hopkins, apontou que o governo do Reino Unido está vendo com bons olhos a indicação do governo brasileiro de que vai estabelecer marcos regulatórios para projetos de hidrogênio e geração de energia eólica em alto-mar (offshore).
De acordo com o economista Márcio Sette Fortes entrevistado pela Sputnik Brasil, Brasília e Londres têm muito há muito a ser "explorado e regastado" nas relações comerciais entre os dois países, principalmente após a saída do Reino Unido da União Europeia.