Pequim diz estar pronta para "cooperar" com a Austrália e a Nova Zelândia para realizar projetos "trilaterais" e "quadrilaterais" nos países do Pacífico Sul.
"Não temos intenção de competir com alguém por qualquer influência, nem estamos interessados em qualquer competição geopolítica", declarou Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, em entrevista à mídia estatal, acrescentando que Pequim "respeita os laços tradicionais" que os países do Pacífico criaram com a Austrália e a Nova Zelândia.
"A China continuará adotando uma atitude aberta e realizando uma maior cooperação trilateral ou quadrilateral com a Austrália e a Nova Zelândia, em conformidade com os desejos dos países insulares do Pacífico, para alavancar nossas respectivas forças e formar maior sinergia", apontou Yi.
O diplomata chinês lembrou que no passado houve alguns projetos de desenvolvimento realizados em conjunto com a Austrália e a Nova Zelândia.
Entre 26 de maio e 4 de junho, uma delegação acompanhou Wang Yi durante sua visita às Ilhas Salomão, Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu, Papua-Nova Guiné e Timor-Leste, tendo a China posteriormente publicado um documento em que planeja um acordo de cooperação da promoção de "paz e segurança regionais" com dez países da região: Samoa, Fiji, Tonga, Kiribati, Papua-Nova Guiné, Vanuatu, Ilhas Salomão, Niue, Micronésia e Ilhas Cook.
Camberra e Wellington, e também Washington, por sua vez, têm estado preocupadas com os avanços diplomáticos de Pequim, afirmando que as negociações foram opacas e que a China pode instalar bases militares na região, acusações que o governo chinês nega. Pequim retrucou as declarações dizendo que o pacto de fornecimento de submarinos nucleares AUKUS, negociado entre a Austrália, EUA e Reino Unido, não foi transparente, e adverte contra a proliferação nuclear.