O posicionamento da legenda foi divulgado nesta terça-feira (7) pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, segundo informou a emissora de TV SIC Notícias, após uma reunião da cúpula da sigla cujo objetivo era discutir os rumos da política e da economia portuguesas.
"O aumento do preço dos combustíveis é escandaloso e exige que o Estado e o governo português tomem outra atitude. O governo tem que acabar com o apoio às sanções e exigir que elas acabem. São cada vez mais sanções contra as condições de vida do povo português e a favor dos lucros das multinacionais do petróleo e de outros setores", argumentou o dirigente.
Questionado por um jornalista sobre a possibilidade de o posicionamento afastar Portugal da UE e, por consequência, endossar a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, Sousa rebateu.
"Não sei como isso pode defender os interesses da Rússia quando estamos aqui falando da defesa dos interesses dos trabalhadores portugueses e do povo português. É isso que nos inquieta", enfatizou.
O PCP, prosseguiu ele, quer evitar o aumento dos preços e das dificuldades para famílias e empresas do país.
Sousa teceu críticas às contradições do primeiro-ministro português, António Costa, que havia pedido que empresas reajustassem o salário de seus funcionários em 20%.
"O governo que diz que precisa aumentar o salário em 20% e depois, na administração pública, aplica o 'zero vírgula qualquer coisa por cento'. Como vai fazer? Propõe 20% e depois põe um aumento para os trabalhadores da administração pública de 0,9%", concluiu.
A operação militar especial russa foi lançada no fim de fevereiro, em resposta aos apelos das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) para proteção contra ataques de tropas ucranianas.
O Ministério da Defesa russo disse que o objetivo da operação, que visa a infraestrutura militar ucraniana, é "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia e libertar completamente Donbass.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a operação tem como objetivo "proteger as pessoas submetidas ao genocídio pelo regime de Kiev por oito anos".
Em 25 de março, as Forças Armadas russas concluíram as principais tarefas da primeira etapa, reduzindo significativamente o potencial de combate da Ucrânia. As nações ocidentais impuseram inúmeras sanções à Rússia e forneceram armas a Kiev.