"Esperamos que o Conselho de Governadores da AIEA coloque ante o regime de Teerã um aviso nítido e deixe claro que, se continuar sua desafiante política nuclear, pagará um preço alto", afirmou Naftali Bennett, citado pelo The Times of Israel.
O premiê também reiterou que Israel reserva por si a liberdade de ação contra o programa nuclear iraniano, seja com o acordo seja sem ele.
"Os dias de imunidade, em que o Irã continua atacando Israel e espalhando o terror através de seus satélites regionais, mas permanece ileso: esses dias acabaram. Nós agimos em qualquer tempo e em qualquer lugar, e continuaremos fazendo isso", acrescentou Bennett.
Na semana passada, o primeiro-ministro israelense apresentou os documentos que trataram da suposta mentira do Irã à AIEA e das alegadas tentativas de Teerã de esconder a situação real em seu programa nuclear. Espera-se que o Conselho de Governadores da AIEA venha a considerar um projeto de resolução relacionado à essa questão e ao caráter da futura cooperação do Irã com a agência.
Em 2015, Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, EUA, França e Irã assinaram o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que previu o cancelamento das sanções anti-iranianas em troca das restrições do programa nuclear do Irã. Em 2018, o então presidente americano, Donald Trump, saiu unilateralmente do JCPOA e reimpôs sanções contra Teerã. Em resposta, o Irã recusou as restrições no âmbito de pesquisas nucleares, abertura de centrífugas e nível de enriquecimento de urânio.
Em 27 de dezembro de 2021, iniciou a oitava rodada das negociações sobre a restauração do JCPOA, em Viena. No entanto, no fim de março, as negociações foram suspensas. A chancelaria iraniana acusa disso a administração americana.