"O pior cenário seria os russos interrompendo as entregas de gás para a Europa ou alguém se recusando a pagar em rublos. A escassez de gás elevaria os preços da eletricidade para 320–350 euros [R$ 1.796–R$ 1.833] por megawatt, e isso seria infernal para todos", disse.
A Sérvia planeja bombear 500 milhões de metros cúbicos de gás de uma instalação de armazenamento arrendada na vizinha Hungria, além dos 197 milhões de metros cúbicos armazenados em seu único local subterrâneo, em Banatski Dvor.
O contrato de arrendamento custará a Belgrado 600 milhões de euros (R$ 3,14 bilhões), disse Vucic.
A Sérvia só pode retirar até 5 milhões de metros cúbicos por dia de Banatski Dvor e 6 milhões de metros cúbicos do sítio húngaro. O país consumiu em média 14 milhões de metros cúbicos por dia em janeiro e fevereiro.
"O aspecto do dinheiro é fundamental. Se você comprar um milhão de metros cúbicos de gás ao preço [projetado] de US$ 5 mil [R$ 24,4 mil], o total será de US$ 5 milhões por dia [R$ 24,4 milhões] e US$ 25 milhões [R$ 122,1 milhões] por dia para 5 milhões de metros cúbicos... Quem vai pagar isso?" disse o presidente.
A Sérvia importa a maior parte de seu gás da Rússia. Seu acordo com a Gazprom para a entrega de 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia expirou no fim de maio.
A estatal de gás Srbijagas está negociando um contrato de três anos para 800 mil metros cúbicos extras, além dos 2,2 bilhões já acordados, no valor de até US$ 410 (R$ 2.003) por mil metros cúbicos.
A Rússia lançou sua operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro, depois das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) pedirem ajuda para se defender das forças ucranianas.
Em resposta à operação militar russa, os países ocidentais e seus aliados lançaram uma ampla campanha de sanções contra Moscou, inclusive em relação ao fornecimento de petróleo e gás.