Na opinião de Silvia Amaro, autora do artigo publicado no site do canal de TV, a potencial aprovação do pedido pela Comissão Europeia em grande parte seria nominal e seria "apenas o início de um longo e difícil caminho". Porém, mesmo um apoio moral ao presidente Zelensky pode causar uma forte reação de países que estão apenas na "lista de candidatos a candidatos" há muito mais tempo.
"Às nações dos Bálcãs Ocidentais já há muito tempo que foi prometida a admissão. Por exemplo, a Macedônia do Norte até mudou seu nome em um esforço para aumentar suas chances de ingressar na UE, mas as negociações ainda nem começaram. A Moldávia, que tem fronteira com a Ucrânia, e a Geórgia, que tem fronteira com a Rússia, também pediram para juntar-se ao bloco", detalhou Amaro.
A jornalista relembrou que os ministros austríacos Alexander Schallenberg e Karoline Edtstadler apelaram ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, exortando Bruxelas a prestar uma atenção igual, tanto à Ucrânia como aos países dos Bálcãs.
"Não nos podemos permitir criar candidatos de primeira e segunda classe. Queremos e precisamos que esses países estejam firmemente ancorados no nosso campo, no campo do modo de vida europeu, precisamos de lhes demonstrar que são parceiros-chave e que levamos a sério o seu futuro europeu", disseram os ministros na carta a Borrell.
A simpatia dos políticos europeus perante o regime de Kiev frustra outras partes do continente e potencialmente "empurra-as para mais próximo da Rússia", resumiu Amaro.
O presidente Vladimir Zelensky assinou o pedido para ingresso à UE no dia 28 de fevereiro, após o que recebeu da chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um questionário para começar as negociações. Em 17 de junho, a comissão discutirá a concessão à Ucrânia de status de país-candidato.