Israel está pressionando o governo Biden a remover a empresa NSO Group de uma lista negra do governo norte-americano, relata o The Times of Israel.
A companhia é responsável pelo desenvolvimento do spyware Pegasus, programa que espionou o celular de diversas autoridades, como o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, diversos ministros da União Europeia, jornalistas e até mesmo o círculo próximo ao ex-premiê israelense, Benjamin Netanyahu, entre outros.
Segundo a mídia, o Departamento de Comércio dos EUA adicionou a NSO Group à sua Lista de Entidades em novembro de 2021, impedindo-a de adquirir tecnologia estadunidense.
Os EUA justificaram sua decisão na semana passada, alegando que a empresa fornece "spyware para governos estrangeiros que usaram essas ferramentas para atingir funcionários do governo, jornalistas, empresários, ativistas, acadêmicos e funcionários de embaixadas de maneira maliciosa". Entretando, Tel Aviv tenta recorrer a ação.
Dias após a decisão, o CEO da NSO, Shalev Hulio, escreveu uma carta diretamente ao primeiro-ministro, Naftali Bennett, pedindo seu apoio na luta contra a decisão do governo Biden.
Um alto funcionário israelense citado pelo jornal afirmou que "dissemos aos EUA que eles não podem destruir a NSO e que vários clientes ruins não significam que os produtos e capacidades da empresa não sejam mais necessários", acrescentando que Washington deveria ser mais claro sobre o que a empresa cibernética precisa reformar e dar-lhe uma chance de fazê-lo.
A própria NSO também contratou dois escritórios de advocacia norte-americanos para ajudar em sua batalha legal e enviou uma solicitação ao Departamento de Comércio para apelar da listagem. Uma audiência sobre o assunto não ocorreu, mas os contatos entre a NSO e o Departamento de Comércio continuam, afirma o Times of Israel.
Além das autoridades citadas, o spyware Pegasus teria como clientes países como Hungria, Índia, México, Marrocos e Arábia Saudita, que teriam usado o programa para fins duvidosos.