Membros da comunidade grega em Mariupol compartilharam seus relatos em primeira pessoa sobre as atrocidades cometidas pelo batalhão neonazista Azov na cidade, incluindo os assassinatos de civis, ameaças e roubos, relatou no domingo (13) o jornal Estia.
A mídia citou o testemunho de Natalia Papakitsa, presidente da sociedade grega da localidade de Sartana, perto de Mariupol, que foi mantida refém por 33 dias junto com 38 outros civis no porão de uma das casas, com as pessoas ficando presas no porão sem luz, água ou ar fresco, "como outros milhares de gregos da diáspora e residentes de Mariupol".
"Quando estávamos famintos, eles arrombavam apartamentos em nossa casa e nos roubavam, levando tudo o que era valioso, desde comida até roupas", disse Papakitsa ao Estia, acrescentando que os gregos de Mariupol "querem que o mundo saiba a verdade".
Em relação ao futuro de Donbass, Papakitsa acredita que será com a Rússia, já que "ninguém quer voltar sob o controle de Kiev", acrescentou o jornal.
A mídia predominante grega não publicou reportagens sobre crimes do Batalhão Azov. Em abril, dois militantes de origem grega do Batalhão Azov falaram ao parlamento grego ao lado de Vladimir Zelensky através de videoconferência, causando um escândalo político, com muitos legisladores boicotando a reunião.
Mariupol, a segunda maior cidade da República Popular de Donetsk (RPD), no momento de sua proclamação de independência em 2014, estava sob o controle das forças ucranianas. A cidade ficou sob o controle da Rússia e das repúblicas populares de Donbass em 21 de abril, com os restantes militantes ucranianos do Azov se refugiando na usina siderúrgica Azovstal. A Rússia ofereceu uma saída segura a todos aqueles que concordaram em se render e depor as armas.
A rendição em massa dos últimos membros do Azov em Azovstal terminou em 20 de maio, quando um total de 2.400 militantes ucranianos foram transportados à RPD para aguardar julgamento e a fábrica ficou sob o controle das forças da Rússia.