A pesquisa conduzida por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia (USC) e publicada na revista Science Advances contradiz os modelos anteriores.
"O núcleo interno não é fixo – está se movendo sob nossos pés, e parece ir para trás e para frente por [cerca de] dois quilômetros cada seis anos", disse o autor principal da pesquisa John Vidale da Universidade do Sul da Califórnia.
O núcleo interno de nosso planeta, que tem uma temperatura de 5.400 °C, é seguido pelo núcleo externo, manto inferior, manto superior, crosta e atmosfera.
O núcleo interno, que segundo pesquisas consiste principalmente de uma liga de ferro e níquel e possui forma de uma bola sólida, gira em um processo chamado super-rotação.
Anteriormente, os cientistas consideravam que a rotação do núcleo interno era consistentemente mais rápida do que a da superfície do planeta. A equipe analisou os dados sísmicos fornecidos pela Matriz Sísmica de Grande Abertura (LASA, na sigla em inglês) com base em um modelo computacional do movimento do núcleo.
Novas evidências sugerem que o núcleo interno da Terra oscila ao longo de um ciclo de seis anos
"De nossas conclusões, podemos ver o deslocamento da superfície da Terra em comparação com seu núcleo interno, tal como as pessoas têm afirmado por 20 anos", disse Vidale.
O professor Vidale descobriu que o núcleo interno da Terra gira aproximadamente 0,1 graus por ano. Pesquisadores acreditam também que suas descobertas podem explicar a variação na duração de um dia ao longo das últimas décadas.
"[…] Nossas mais recentes observações mostram que o núcleo interno girou ligeiramente mais lento de 1969 a 1971 e depois mudou de direção de 1971 a 1974. Notamos também que a duração de um dia aumentou e reduziu-se como seria previsto. A coincidência dessas duas observações faz com que a oscilação seja uma interpretação provável", explicou Vidale.
Ele acrescentou que a teoria de que o núcleo interno oscila existia, mas a comunidade científica estava dividida sobre sua viabilidade. Vidale observou que a descoberta pode ajudar a entender melhor como se formou o núcleo interno da Terra e como ele se move ao longo do tempo.