Gabando-se da ajuda militar que impediu os russos de atingir seus "objetivos grandiosos", Kahl apresentou uma análise sobre a participação dos EUA no conflito ucraniano.
"Continuaremos a fornecer à Ucrânia o que eles precisarem para a luta", disse o subsecretário, ao abrir uma conferência organizada pelo Center for a New American Security (CNAS), think tank ligado ao Partido Democrata.
Lembrando que o governo de Joe Biden forneceu à Ucrânia mais de US$ 5,3 bilhões (R$ 27,1 bilhões) em assistência militar, ele comentou que os EUA estão enviando à Ucrânia mísseis guiados pesados com alcance de 70 km para uso com os lançadores múltiplos de foguetes Himars (sigla em inglês para Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade).
O sistema contará com foguetes guiados GMLRS, disse Kahl. "Pense no GMLRS mais como o efeito de um ataque aéreo, em vez de lançar salvas inteiras. Então, em outras palavras, você pode fazer muito com pouco, ou não precisa de muito para ter um efeito significativo", explicou.
A Casa Branca anunciou pela primeira vez que estava enviando lançadores Himars para a Ucrânia em 1º de junho. Washington disse que eles estariam armados com "munições de campo de batalha", amplamente entendidos como foguetes de barragem com alcance entre 32 km e 60 km, considerando que o Himars também é capaz de lançar projéteis balísticos com alcance de até 300 km.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, desde o início do conflito, a Ucrânia perdeu mais de 500 sistemas de lançamento de foguetes múltiplos e mais de 1.900 peças de artilharia.
De acordo com Colin Kahl, o objetivo dos EUA é "garantir que a Ucrânia possa se defender, que uma Ucrânia democrática, independente e soberana perdure, que demos à Ucrânia a capacidade de fortalecer sua posição na mesa de negociações".
Em seguida, segundo apuração da emissora de TV RT, ele disse que é preciso "impor um custo à Rússia maior que quaisquer benefícios que Vladimir Putin espera alcançar por esse conflito".
Questionado sobre a possibilidade de o conflito na Ucrânia terminar em breve, Kahl afirmou que a posição dos EUA tem sido a de que "não vamos dizer a ninguém o que negociar e quando negociar". "Não está claro se os requisitos mínimos de um lado correspondem às concessões máximas do outro."
Kahl já foi vice-secretário assistente de defesa para o Oriente Médio no primeiro governo de Barack Obama (2009–2011).
Em 2014, depois que Washington apoiou o golpe de Estado realizado em Kiev e o então vice-presidente Joe Biden foi encarregado da política para a Ucrânia, Kahl se tornou seu conselheiro de segurança nacional. Ele trabalhou no CNAS durante o governo de Donald Trump, antes de retornar ao Pentágono.