O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, disse, em uma série de declarações à Sputnik, que os EUA provocam guerras para alimentar a indústria bélica norte-americana.
"Cada guerra, pequena, média ou grande, é provocada pelos EUA para venderem suas armas. É o império racista, fascista e neofascista agora", afirmou o ex-presidente.
Ao mesmo tempo, o boliviano considerou que Washington "tem de parar com a sua cultura da morte", tanto pela venda de armas que gera mortes nas suas escolas, como pelo uso da intervenção militar em outros países.
"Vamos perguntar: que tratado de direitos humanos os EUA ratificaram? Zero. De que direitos humanos os EUA podem falar? Zero. Os EUA têm que deixar de ser um país de armas, têm que parar de dar golpes, acabar com sua cultura de morte, não financiar bases militares ou a OTAN", disse ele.
O ex-presidente disse ter "diferenças profundas" com o país norte-americano uma vez que o mesmo "proclama a paz, mas com intervenção militar, quando deveria ser paz com justiça social".
Além disso, Morales considerou que os EUA perderam a hegemonia e sua economia se deteriorou com o conflito na Ucrânia. "A partir desse conflito, os EUA perdem hegemonia e economia."
Como exemplo, o ex-líder argumentou que Washington "perdeu o controle" na América Latina com esse conflito, acrescentando que os povos do mundo são a favor da Rússia porque o multilateralismo e a soberania das nações estão em jogo no conflito na Ucrânia.
"O multilateralismo está em jogo na Ucrânia, os povos estão com a Rússia, não gostamos de intervenções, mas quando há um ataque, é preciso defender seu povo, sua dignidade, sua soberania", disse Morales.
O ex-presidente considerou que o conflito na Ucrânia aconteceu como resultado de uma "provocação" norte-americana, visto que tentaram usar a OTAN "contra a Rússia".
"É claro que qualquer país que garanta sua soberania, a independência de seu Estado, a dignidade e liberdade de seu povo, sua identidade, tem a obrigação de defender, faz parte desse conflito, faz parte dessa questão. Esse conflito é causado pelos EUA através da OTAN", complementou.